A boçalidade da Administração Trump
continua a criar dificuldades para crianças inocentes, dentro da política
fascistóide dita de tolerância zero.
Os boçais costumam ser burros, mas no caso
dessa trapalhona Administração republicana há um limite para a má-fé, quando
ela adentra a área de crimes contra a Humanidade.
A Justiça
americana em boa hora estabeleceu prazos para que as famílias separadas na
fronteira dos Estados Unidos com o México, por determinação do governo
estadunidense, sejam reunidas o mais breve possivel.
Há ainda três mil crianças sob
custódia, e cerca de cem têm menos de cinco anos e teriam de ser devolvidas até
terça-feira, dia dez de julho. Já as maiores terão de ser reunidas aos pais até
o dia 26.
Só em mentes torpes, com uma visão
distorcida da realidade que hajam acreditado como humanamente factível separar
por tanto tempo os próprios filhos de seus genitores.
Por outro lado, o anúncio de 5 de
julho, quinta-feira, de que seriam empregados testes de DNA para confirmar os
vínculos familiares, levou advogados de imigrantes a protestarem, dizendo que os
registros poderiam ser usados para rastrear imigrantes ilegais por tempo indefinido.
Esse trabalho é complicado pelo fato
de que duas agências federais cuidaram da detenção e guarda dos imigrantes e,
de inicio, não compartilharam os registros. Na sexta-feira, a direção do
Departamento de Saúde e Serviços Humanos (HHS), que ficou com a guarda das
crianças e está agora encarregada da reunião familiar, pediu ajuda aos
trabalhadores da saúde pública federal para a realização de uma extensa
pesquisa manual dos registros.
Segundo a Agência, é necessário
rever os documentos originais de todas as crianças sob custódia federal
"para verificar se aquelas que estão em nossos abrigos estão separadas dos
pais".
Isso envolveu rever os documentos de
doze mil crianças para determinar quais foram separadas dos pais pelas
autoridades e as que chegaram aos Estados Unidos sem um dos pais ou outro
parente.
Mas a leviandade de Trump poderá ter outras consequências. A tentativa
apressada para confirmar as identidades, os locais, e os vínculos familiares
deixa claro o que os advogados de imigrantes disseram desde o início, alertando
para as potenciais dificuldades da política de tolerância zero adotada pelo
governo Trump. As medidas foram anunciadas praticamente sem aviso prévio e,
aparentemente, sem um planejamento para resolver seus impactos mais
abrangentes.
Em entrevistas com funcionários
da área federal, advogados que defendem imigrantes e operadores dos abrigos,
que estão mais próximos do processo, levantaram dúvidas quando foi afirmado no
início que as autoridades federais se responsabilizariam pelos locais em que
ficariam os pais e as crianças depois de serem separados.
Na verdade, a agência da HHS
encarregada de supervisionar o atendimento das crianças imigrantes, i.e. o
Office of Refugee Resettlement, realizou os procedimentos, que incluíram
pulseiras de identificação, emissão de números de registro e um livro de bordo
(sic) para manter os registros de pais e filhos reunidos.
Contudo, essas precauções foram
prejudicadas em alguns casos pela outra agência federal que se encarregou da
custódia dos imigrantes detidos nas primeiras 72 horas após cruzarem a
fronteira, a Agência Alfandegária e de Proteção das Fronteiras. Em centenas
de casos,os agentes apagaram os registros iniciais em que pais e filhos foram
listados como uma família, com um "número de identificação familiar",
disseram os dois funcionários do Departamento de Segurança Interna. Como
resultado, os pais e as crianças que aparecem nos computadores das agências
federais parecem não ter vínculos entre si.
Ao transcrever as linhas
acima, se tem uma idéia bastante precisa da imprecisão e das confusões da
burocracia, que, por vezo profissional, muita vez querem reter o controle sobre
a informação, sem atentar para o fator humano envolvido, a necessidade de
conservar o vínculo familiar e do casal de genitores com a sua descendência, de
modo a evitar justamente essa enorme confusão que é decorrência de uma
ordem estúpida, que sequer tratara de aprofundar, antes de que ela fosse
emitida, das possíveis confusões que uma determinação abrangendo tão grande de
pessoas estava necessariamente fadada a provocar.
Mas quiçá por duas razões
principais nenhuma atenção foi dada a tais medidas humanas que, cuidando do
interesse de todos, pouparia também aos fautores da ordem muitas críticas
(todas elas fundadas) e sobretudo aos pobres infelizes, especialmente as
crianças envolvidas, um inútil sofrimento pelas suas consequências. Dentre
essas, não se esqueça a possibilidade de maus tratos e de outras atenções que
se ouso presumir em um universo tão amplo que a boçalidade da atual chefia
suprema sequer terá pensado na respectiva possibilidade.
Todas aquelas crianças
que sofrerem traumas, sejam físicos, sejam psíquicos, e que adquiram problemas
psicológicos ou mesmo outros, que prefiro não mencionar, estão condenadas a um
sofrimento inútil e estúpido, mas que não se esqueça que o mal feito a alguém
inocente ou em tenra idade pode ter outras e mais sérias consequências,
inclusive na responsabilização de todos esses indivíduos despreparados para a
governança dos Estados, a começar por Mr Donald Trump, que em má hora assumiu a
presidência dos Estados Unidos.
( Fonte: O Estado de S.
Paulo )
Nota:
Obviamente, muitas das observações e ilações a respeito dessa malfadada
operação contra os pobres imigrantes e, em especialmente, as que atingem a crianças
inocentes, vítimas da burocracia e do mais alto burocrata hoje em funções nos
Estados Unidos, não se encontram nos jornais, mas sim em minha experiência de
cinquenta anos na diplomacia e na dura tarefa de observar o Poder e o que dele
fazem alguns seres humanos.
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