Humberto Ortega,
ex-comandante do Exército nicaraguense, passa a defender o fim das forças
paramilitares. Nesse sentido, ele ora
declara que seu irmão, Daniel Ortega,
deve por fim às forças paramilitares.
Segundo Humberto, o presidente e
irmão precisa por fim às forças paramilitares por que promovem a violência no
país, em meio aos protestos contra o governo.
O inglês tem uma resposta para
isto: 'mais fácil de dizer, de o que fazer'.
Tudo indica que a morte da
brasileira Raynéia se deva aos ditos paramilitares a que o governo sandinista
recorre, por força do avanço da oposição armada. Diante do crescimento da reação
pela população, o sandinismo apela para métodos ditatoriais.
Humberto, por óbvios motivos, prefere
singrar entre abstrações e por isso evita apontar o irmão como culpado pela situação.
Segundo ele, as forças paramilitares são responsáveis por muitas mortes, e não
se pode permitir que "se consolidem". Nesse sentido, o ex-comandante
do Exército responsabiliza o governo pela crise que abala o país devido à
"repressão indiscriminada" contra os protestos deflagrados em dezoito
de abril, sempre evitando apontar o irmão como responsável objetivo pela
situação.
Trilhando um caminho
tortuoso, disse Humberto: "Para mim, o principal responsável pela situação
que estamos vivendo é o Estado da Nicarágua, que tem um governo que não
adotou as medidas necessárias para
impedir este nível de violência."
Humberto Ortega
apoia a retomada do diálogo entre Governo e Oposição, sob a mediação dos bispos
da Igreja Católica (a quem o seu irmão, no poder, chamou de
"golpistas" e "terroristas") - e defende a antecipação das
eleições.
Por sua vez, o
presidente Daniel Ortega, de 72
anos, se recusa a renunciar e culpa a oposição pela violência que deixou 295
mortos em três meses de protestos, de acordo com a Comissão
Interamericana de Direitos Humanos.
Entre essas
vítimas, está a estudante brasileira Raynéia Gabrielle Lima, assassinada
a tiros quando voltava de carro do hospital em que trabalhava, no sudoeste de
Manágua.
Como ela foi
abatida por rajadas repetitivas de supostos milicianos, armados com fuzis que
são privativos das Forças Armadas, aí está com toda a probabilidade o 'x' do
problema, quando se recorre a milícias.
Para o noivo e a
família de Raynéia, abstrações não resolvem o problema. Sobretudo quando estão armadas, e atiram primeiro, antes de fazer
perguntas.
( Fonte: O Globo)
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