A
polícia da Nicarágua prendeu a 27 do corrente o vigia particular Pierson
Gutierrez Solis, acusado de ser o autor dos tiros que mataram a brasileira Raynéia Gabrielle Lima.
No
entanto, colegas da universitária morta, e ONGs de defesa de direitos humanos
sustentam que ela foi assassinada com vários tiros por páramilitares a serviço
do presidente Daniel Ortega. A suspeita do grupo aumenta pelo tipo de arma
empregado no crime, de uso exclusivo do Exército.
Até
ontem, era desconhecido o paradeiro do carro que Raynéia dirigia quando foi
assassinada. Até o presente, o namorado da estudante - e talvez a única
testemunha do crime - não foi localizado.
Raynéia terminava o curso de medicina - estava prevista a sua formatura
em inícios do próximo ano. Ela morava no país havia cinco anos; e o seu diploma
de forma-tura foi emitido dois dias depois de seu falecimento.
O
plantão médico atrasara a sua volta para casa. O crime ocorreu no bairro de
Lomas de Montserrat, em área em que paramilitares vigiam a casa de Francisco López, tesoureiro e alta figura
da Frente Sandinista de Libertação Nacional (FLSN).
De acordo com o jornal digital www.articulo66.com, crítico do governo,
Solis, o suspeito apresentado pela
polícia, trabalhava como instrutor de artes marciais na escola Lion Force. Há
muitas dúvidas sobre os antecedentes de Solis.
Como sinaliza o Estado, ontem
à tarde, antes de a prisão de Solis ser anunciada, o chanceler brasileiro, Aloysio Nunes considerou "extremamente insuficientes"
as informações dadas pela Nicarágua sobre o assassinato da estudante brasileira.
Depois da morte de Raynéia, o Itamaraty convocara a embaixadora
nicaraguense para prestar informações sobre o caso. Em seguida, chamou a
consultas o embaixador brasileiro em Manágua, Luis Cláudio Villafañe.
Nesta quinta-feira, o presidente
Temer afirmou que o Brasil não
pode admitir a morte da estudante sem tomar providências. A Nicarágua, em
resposta, também chamou a embaixadora, que deixou Brasília nesta quinta-feira.
Por sua vez, na sexta-feira 27 de julho, o chanceler disse, outrossim : "O governo da Nicarágua diz que foi um guarda de
segurança particular. Mas quem foi ? Qual é o calibre da arma ? Em que
circunstância isso ocorreu ?". E acrescentou: "Não houve até agora um
esclarecimento e nós vamos insistir porque isso nos parece absolutamente
inaceitável."
Consoante o Ministro Nunes, o governo continua insistindo para obter
informações e que, em caso de resposta negativa, estudará enviar a questão a instâncias internacionais como a
O.E.A.
( Fontes: O Estado de S. Paulo, Folha de S. Paulo )
Nenhum comentário:
Postar um comentário