Chegamos afinal a 2016, e a profusão dos fogos no
entorno marítimo de Copacabana nos mostrou duas coisas importantes: que podemos
quebrar a monotonia dos anos anteriores, com momentos de especial beleza e,
mesmo, originalidade.
Os dois milhões de pessoas, turistas e
locais, responderam com ainda maior entusiasmo, mostrando uma vez mais que o
belo, ainda que fugaz, se ainda por cima vestido com os atavios da
originalidade - que será sempre ocasional, e, portanto, evitando a monotonia,
será sempre bem-vindo.
A exibição dessa primeira, monumental
noite de 2016, nos mostra a estranha relevância do espoucar de fogos de
artifício. Para enfeitar - ou disfarçar - as verrugas e os dissabores do
dia-a-dia, o passageiro mostra que é também relevante.
Neste novíssimo ano, que apenas sai dos
cueiros da sua já sovada representação, todas as (boas) esperanças são
admissíveis.
Já é mais do que tempo de nos vermos
livres desse estranho fator Dilma, que Lula da Silva, com a sua facúndia costumeira,
passou ao povo brasileiro desde 2010. Se é triste o reconhecimento objetivo da
constrangedora falta de razões fortes e substanciais para que o Povo soberano
sufragasse essa candidatura dita oficial, temos de admitir que enquanto
subsistirem no Brasil grandes bolsões de pobreza e mesmo de miséria, Pindorama
tenderá a ser presa fácil dos caprichos dos coronelões, como Lula da Silva, que
a impingiu à maioria dos brasileiros, contra candidato, com fé de ofício
imensamente superior.
Como se vê, não é só no Nordeste e no
Norte, onde o assistencialismo desvairado floresce, que os ditos coronelões
imperam. A turma do PT, que chegou pela cegueira ou hübris coletiva a formar
maioria em nosso Congresso das quartas-feiras, sofreu a circularidade conhecida,
passando a acreditar na sua própria desvairada propaganda.
Que a sociedade civil tenha encontrado
na Operação Lava-Jato, e no Juiz Sérgio Moro a manifestação de antes recônditas
aspirações - que prevaleça o bem e o jeitinho maldito (que o brasileiro não
topa nem nas conduções, nem nas condições do trabalho do dia-a-dia) que vão aos
poucos se desfazendo (com a lentidão própria dos arraigados maus-hábitos da
turma do sabe com quem está falando?), se não é ainda suficiente, a sua
presença e os êxitos acumulados (diretores de empreiteiras na cadeia não era
nada comum na terra do sabe com quem está falando?) não são mais indícios
esparsos, mas uma corrente do bem que, como os ventos da manhã, dissipam os
nevoeiros da dúvida e do cinismo.
Sob os olhares escarninhos dos
profissionais da descrença, sopram os ventos da justiça, gente graúda vai parar
em nossos infames presídios - o que por fim fornece dupla razão: que presídios
como os de Porto Alegre e do Maranhão desapareçam, para abrirem lugar para
cadeias que não sejam mais avatares da
corrupção que jogou os presos nessas enxovias, e que tenhamos Ministros da
Justiça que, realmente, sejam instrumentais nesse campo, alocando as dotações
necessárias para criar estabelecimentos penais para todos, e não apenas para o
subproletariado do mal.
Por isso, a despeito de dúbias
sentenças que são resultado da inépcia do Congresso (um dos mais bem pagos do
mundo, e que só trabalha dois dias se tanto por semana), não creio que a sorte
de dona Dilma esteja lançada com os dados de estranhas maiorias, construídas de
repente, e na aparência esquecidas da vontade do Povo soberano.
São tantos os campos em que se
acumula, impávida e insolente, a dílmica incompetência que é mais do que tempo
para darmos a essa senhora, com o respeito que lhe é devido, menos por suas
realizações que são esgarçadas e poucas, do que pelo sentir nacional que a
gente brasileira não faz por merecer o desemprego da crise por ela tão dedicada
e entusiasticamente construída - com os tijolos mal cozidos da pressa, e com a
areia no cimento das construções sem o alicerce da realidade.
Por uma vez, na terra em que tudo se
esquece, tenhamos presente a urgência da missão do Povo brasileiro. Basta de
assistencialismos que transformem a miséria de cada dia em fonte de poder. O
Brasil, que hoje até na diplomacia - porque delegada a figuras do passado, que
ainda pensam em luta de classes e padrões marxistas para os herdeiros do Barão
- acumula erros e vexames. Tratemos de dar com todo o respeito o bilhete azul
para dona Dilma e, sobretudo, a toda a chusma que em torno dela enxameia, para
reconstruirmos um novo Brasil, amparado na seriedade de um povo que trabalha, e
no respeito que devemos à Justiça, não aquela amiga do Poder, mas a aberta e
sem adjetivos.
É preciso dar um basta ao PT, a
seus líderes (Lula à frente) e à sua atual representante, Dilma Rousseff. Mas não substituamos seis por meia-dúzia. Se
for para eleger alguém do PMDB, o meu candidato é o deputado Jarbas Vasconcelos
(PE).
( Fontes:
O Globo, Folha de S. Paulo )
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