Pelo visto, o acordo nuclear entre o Ocidente e o Irã
continua a dar frutos nas relações entre Washington e Teerã.
Isto pode desagradar aos republicanos,
sobretudo aqueles que invectivaram contra Obama por causa do incidente marítimo
com os dois barcos de patrulha americanos. A libertação dos dez marujos foi
feita em tempo récorde pelo governo iraniano, demostrando que o relacionamento do Secretário de Estado
John Kerry com o colega iraniano Mohamad Javad Zarif, desenvolvido nas longas
negociações que antecederam a firma do Acordo Nuclear, evidencia um novo
patamar nas relações entre os dois países.
Agora, segundo informa o New York
Times, a chancelaria iraniana anunciou que libertara quatro
iraniano-americanos, como parte de uma troca de prisioneiros com os Estados
Unidos. Nesse sentido, funcionários da Administração Obama confirmaram a
notícia, que é decorrência da ação diplomática intensificada após a conclusão
do acordo nuclear alcançado em julho passado.
As autoridades iranianas,
interessadas na pronta entrada em vigor do Acordo Nuclear, apressaram os
procedimentos respectivos, com vistas a conseguir o levantamento das sanções
antes das eleições iranianas previstas para o próximo mês.
A troca de prisioneiros foi
anunciada por Teerã ao ensejo da reunião em Viena entre o Secretário de Estado
Kerry, e o seu homólogo iraniano, Javad Zarif,
com o escopo de dirimir os últimos detalhes acerca da entrada em vigor
do Acordo nuclear.
Vai se tornando óbvio que o acordo
nuclear tende a facilitar as condições para que as relações entre os dois
países melhorem. Depois da pronta
libertação dos dez marujos americanos, já se dispõem de outras indicações de
que problemas entre os dois governos venham a ser resolvidos.
Os quatro prisioneiros americanos
liberados são o correspondente do Washington Post em Teerã, Jason Rezaian, de
39 anos de idade, natural da Califórnia e com dupla nacionalidade
americano-iraniana, Ele tinha sido preso em Teerã, em julho de 2014 onde era
chefe do escritório do Washington Post. Acusado de espionar o programa nuclear
iraniano e condenado em julgamento fechado ao público.
Outro americano (também com
dupla nacionalidade iraniana) Amir Hekmati, servira com os fuzileiros no
Iraque, e foi detido enquanto visitava parentes em Teerã, em agosto de 2011.
Condenado à morte, teve o veredito anulado, sendo sentenciado a dez anos.
Levado da notória prisão Evin em Teerã para exames médicos - tinha um nódulo
linfático inchado - a família fez comunicado à imprensa, agradecendo os votos e
aguardando o retorno de Amir.
Saeed Abedini, pastor evangélico
e Nosratollah Khosrawi também foram liberados.
Na troca de detentos, sete
iranianos foram liberados (os seus nomes não foram assinalados). Funcionários
americanos, falando de forma anônima, adiantaram que trabalham pela libertação
de um quinto prisioneiro, Siamak Namazi.
( Fonte: The New York Times )
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