Petrolão e Ações da Petrobrás
As mais populares
no passado, pela suposta segurança dada ao pequeno investidor, a sua escolha na
Bolsa sofreu profunda inflexão por causa do escândalo do Petrolão e a denúncia
da corrupção generalizada pela Operação Lava Jato.
A ação da Petrobrás
era havia como um porto seguro para o investidor menor. Representava ainda
afirmação de confiança na maior empresa nacional e nas perspectivas do petróleo
no Brasil.
Uniam-se no
gesto a confiança no papel - considerado muito seguro em termos de valor - além
de óbvia manifestação de indubitável patriotismo no que a Petróleo Brasileiro
S.A. significa (ou significava) em termos de afirmativa nacional.
Assim, a
derrocada no valor do título - de R$
16,75 para R$ 5,17 na sexta-feira quinze - sublinha um grande desconforto e
funda decepção em que a ação da Petrobrás, antes buscada com fervor, agora
reflitam o grande desconforto com a inesperada desilusão.
Para analistas,
tornando ainda mais acérrima a rejeição,
as ações são pesadamente afetadas pela queda no preço do petróleo (um
fenômeno que afeta a estatal e sobre o qual ela não dispõe de nenhum controle),
e pela gestão irresponsável dos gestores
petistas, a fortiori por esquema de corrupção
na Petrobrás, que é da direta responsabilidade da alta direção de um partido.
A tragédia da
Petrobrás - e o longo tempo que será necessário para refundá-la na confiança do
investido - é a decorrência de um projeto de poder que pelo seu infantilismo
rivaliza em burrice com outras negociatas do passado.
Hoje, enquanto
os papéis preferenciais recuaram 69%, as ações - antes prelibadas - hoje
derretem em silêncio, enquanto os analistas as desaconselham em termos de
investimento.
A Delação é mesmo premiada
Segundo pesquisa
da Folha, a pena da chamada delação
premiada pode ser deveras benéfica para o delator.
Uma primeira
exposição - por força de suas delações,
na Lava-Jato, a pena cai de 274 para sete anos - pode até assustar um pouco,
mas é necessário ver que esses senhores disponibilizam provas que estariam fora
do alcance dos investigadores.
Os defensores
do instituto sublinham o quanto esse benefício se justifica. Trata-se, segundo um procurador, de
"troca de peixe por cardume".
É a
radical redução do tempo de aprisionamento - uma vez condenados pelo Juiz Moro
a longos períodos de reclusão - por causa do fornecimento de informações que de
outra forma não estariam disponíveis para os Procuradores da Lava-Jato. Essa qualidade se funda na verdade da
imputação. Apurada qualquer fabulação ou
eventual calúnia, os benefícios da
delação premiada ruem por terra.
Abaixo,
transcritos alguns delatores premiados, que muito lucraram com a exposição de
crimes dos mandantes e principais personagens do crime.
- Alberto Youssef,
doleiro e operador de esquema. A pena
seria de 73 anos. Ficará em regime fechado três anos.
- Dalton Avancini (ex-presidente
da Camargo Corrêa). Pena de 15 anos e
10 meses. Ficará em regime fechado 3 meses e um ano em prisão domiciliar.
- Eduardo Leite, ex-Vice-presidente da Camargo Corrêa. Pena de 15 anos e 10 meses. Prisão (em regime fechado) 3 meses. Prisão domiciliar: um ano.
- Fernando Baiano - apontado como
operador do esquema do PMDB. Pena: 16 anos e 1 mês. Regime Fechado: 1 ano.
Prisão domiciliar: 1 ano. Regime semi-aberto: 2 anos.
- Julio Camargo, lobista, representava a Toyo Setal. Pena: 26 anos. Não foi preso e passará
cinco anos em regime aberto (hesitou bastante, por causa de supostas
ameaças sofridas do esquema do Dep. Eduardo Cunha)
- Nestor Cerveró
(ex-diretor internacional da Petrobrás). Pena: 17 anos e 3 meses. Prisão: 1
ano e meio. Prisão domiciliar: 1 ano e
meio.
- Paulo Roberto Costa (ex-diretor de
abastecimento da Petrobrás) 39 anos e 5 meses. Prisão domiciliar: 1 ano Regime
semi-aberto: 1 ano.
- Pedro Barusco (ex-gerente da Petrobrás)
Pena: 18 anos e 4 meses. Regime semi-aberto: 2 anos.
( Fonte: Folha de S. Paulo )
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