Noticiam os
jornais que Joaquim Levy acaba de
ser escolhido para Diretor Financeiro do Banco Mundial!
Mas, afinal
de contas, quem é esse Joaquim Levy?
É o mesmo que saíu escorraçado do ministério da Fazenda de Dilma Rousseff II, depois de sofrer uma das mais longas frituras da
história da infeliz república lulo-petista?
E por que a
malta da ala esquerda que alegadamente 'apóia' o governo da Dilma
miraculosamente reeleita queria ver pelas costas esse senhor, formado pela
escola de Chicago, tendo ocupado diretoria no Banco Interamericano de
Desenvolvimento, e mais recentemente no Bradesco ?
Surpreende
até que diante da fraqueza da 'economista' Dilma
Rousseff, e havendo perante nós o real descalabro de seu primeiro
quadriênio, em que logrou reacordar a inflação - de que o brasileiro pensara
estar livre por causa do Plano Real
- e que, ao contrário de sua popularidade, a mais rasteira da República,
chegando até ao recorde dos nove por cento, conseguira em pífio quadriênio
redespertar o dragão, que voltou a alimentar-se da poupança da gente miúda
brasileira, e a infernizar o nosso dia-a-dia ?!
Pois nós brasileiros comuns não gozamos
das benesses dos serviços e dos profissionais liberais, que sem nenhuma
hesitação mais do que reajustam os respectivos honorários, enquanto correm a
sua alva e particular pia, para lavar as mãos, com crocodilares lágrimas, pelos
aumentos que se julgam forçados a repassar aos seus pobres clientes ?
E, mal saídos da dança infernal da carestia, não
nos foi dado gozar por muito do plácido mar das economias dos países do
circuito de Elizabeth Arden - e até
alguns da periferia sul-americana ! Foi por isso, pela sua gestão demencial no
primeiro quadriênio que a sólida aliança do Bolsa Família com as esquerdas (que
julgam a inflação como pretextuosa empulhação da imprensa burguesa), além de
boas porções de mentiras oficiais a
que os opositores não podiam desmentir pela blindagem nas instâncias
competentes, conseguiram uma vitória no photo-chart, sobre o candidato da
oposição!
Ainda de
acordo com a velha receita, após ouvir os asnos da vez, a reeleita Presidenta resolveu convocar um
promissor jovem diretor do Bradesco, Joaquim Levy! Assim, a mentira de
ontem - recordam-se do filmete de
Santana em que se denunciava a autonomia do Banco Central como plano das elites
para tirar a comida da mesa da classe C. Marina não pôde sequer valer-se de
direito de resposta, conforme determinou um juiz do TSE? - pode tornar-se a
verdade do pós-eleição!
Com o que não
contou o pobre Levy foi a fritura - decerto a mais longa da República - que lhe
foi adrede e quase carinhosamente preparada na Fazenda. Pois dona Dilma - que
criara toda aquela confusão - terá pensado que bastava que ele lá ficasse, como
carranca no velho São Francisco, para afastar os efeitos do cocktail da burrice mais improvidência,
que é basicamente a receita da ex-discípula de Lula da Silva.
Depois
de engolirem em silêncio as asneiras econômicas de Dilma Rousseff (desonerações
fiscais de bens de consumo durável, como automóveis v.g.), o consequente
aquecimento do consumo e os déficits fiscais decorrentes, e toda a sofisticada
construção financeira dos técnicos Mantega & Arno Augustin, a ficção fiscal
voltou à moda, assim como as inevitáveis pedaladas, que acabaram no que deram,
i.e. o prato feito para o impeachment. Entrementes, as tentativas da equipe de
Joaquim Levy - foram incontáveis as suas idas ao Congresso para tenta trazer
luzes a quem só está habituado a trabalhar em meio às trevas.
Se me
perguntarem quem derrubou Joaquim Levy, foi a própria Dilma, que pensara no
seguinte quadro salvador: bastaria trazer para a Fazenda alguém formado pela
escola de Chicago - isto lhe foi dito por alguém que conhece o assunto que,
obviamente, não é o caso da pupila do apedeuta - que tudo se resolveria. Homens
da categoria de Carlos Lupi e outros luminares como Rui Falcão iriam facilitar-lhe a
tarefa!
Se V. quer
prover um ministério trazendo para ele uma cavalgadura das que normalmente são
indicadas para postos adjetivos, desses inventados para abrigar legendas de
aluguel, será essa a estratégia a ser corajosamente seguida.
Mas se se
trata da Fazenda, um ministério-chave (sempre no pressuposto de vê-lo como
instrumental para sanear as contas e, por conseguinte, a imagem da instituição
além-fronteiras - como nas Agências de Classificação de Risco), se a Presidenta
preza o seu segundo mandato, estaria no seu interesse preservar um Ministro da
Fazenda honesto, conhecedor de seu mister, e portanto competente, porque ao
sustentá-lo, através de uma boa gestão, estaria defendendo o próprio interesse
e afastando as incursões inimigas que só pensam naquilo, i.e., o impeachment.
Sem
embargo, Dilma Rousseff mostrou a qualidade de seu tirocínio, eis que deixou
progredir as hostes de Lula da Silva (hoje defendendo a heterodoxia, como
antes, no Planalto, apoiara a ortodoxia de Palocci !) que defendiam todas as
teses que aprofundem a ruina da Fazenda pública, porque, em não estando no
Governo, tal lhes aproveitava. E a mesma atitude a tomava o intemerato Joaquim
Falcão, preconizando teses da chamada esquerda dita demagógica, que levam à
ruína da fazenda pública!
Assim, a
tragédia de Joaquim Levy começou na
manhã em que a Rousseff aplicou um público puxão de orelhas no Ministro do
Planejamento, Nelson Barbosa. Ele pensara que os mínimos seriam ora calculados
não por índices inflacionários, mas por critérios mais conformes a quem deseja
controlar a carestia. Assim, ele julgara que o tal índice de adequação ao
desenvolvimento econômico do ano passado - mesmo no caso em tela, quando tal
coisa não ocorreu, pelo descalabro nas finanças ! - de toda forma D. Dilma
mandou que o cálculo continuasse seguindo as velhas normas (justamente aquelas
que tinham criado a confusão nas contas...) A ordem podia ser confusa - como,
de regra, as determinações da Presidenta o são, mas dava para entender o seu sentido
profundo, i.e., as determinações de Levy não eram para ser levadas a sério...
Outros
erros houve, outras manifestações da pouca conta em que na verdade dona Dilma
tinha o seu Ministro da Fazenda (v.g., o déficit no orçamento, e a consequente
rebaixa pela Agência de Wall Street), tudo para repisar para os bons
entendedores que a Rousseff queria livrar-se do pobre Levy. Nesse sentido, tudo
valia: as demagógicas queixas de Lula, as exigências insustentáveis da esquerda
- a temporada da caça contra o infeliz Levy estava afinal aberta! Nunca se viu
tantos energúmenos a perseguirem um quadro competente, e o que é pior, terem o
ouvido da Presidenta que na verdade não sabe bem o que quer...
De
qualquer forma, o Brasil não poderia estar melhor. Na Fazenda teremos alguém
que não nos faça esquecer a Joaquim Levy, enquanto a reeleita Dilma vai
navegando o seu sinuoso curso - aqui, os baixios da ameaça de impeachment de que o bom Ministro Luis Roberto Barroso (aquele do artigo um ponto fora da curva) cria
o voto salvador, que por um de vantagem, consegue que tudo fique como está no quartel de Abrantes. Entrementes, as
instâncias dormitam, até que o esquema do STF jogue a causa nas fauces do
Senado, debaixo da intemerata curul de Renan Calheiros.
E não
nos esqueçamos que por uma vez mais as instâncias do Norte maravilha
homenageiam a filhos de nossa Terra, com o bom Joaquim Levy, que poderá mostrar
a própria competência que dona Dilma, em verdade, não queria muito ver.
Entrementes, essa senhora terá de cuidar de o que foi a ameaça do
impeachment. Mas será que é pra valer? E é pensando nisso que Marina Silva, aquela tão temida pela
gente do PT, com o grande estadista Lula
da Silva a encabeçar a lista, não é que agora a distinguida acreana
recomende tentar o Tribunal Superior Eleitoral, em que foram encontradas
grossas irregularidades na vencedora chapa Dilma-Temer!
E,
assim, no passo judicial,pela ação corre naquela instância desde janeiro de
2015 será examinada e julgada a sorte do desgoverno de turno, vale dizer, se os dois preclaros integrantes da chapa
PT-PMDB são passíveis de cassação !
( Fontes: O Globo, Folha de S. Paulo )
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