Não se poderia esperar outra
coisa do chamado Tribunal Supremo de Justiça (TSJ). Para ele são supostamente
nulas todas as ações do novo Legislativo, sob o legítimo comando de sua maioria
oposicionista.
A
impugnação dos três deputados da Mesa de Unidade Democrática (MUD) é uma medida
que visa retirar os dois terços da
bancada oposicionista (foram eleitos 112 em 167 cadeiras). A Democracia, senhores juízes, é o governo do
Povo - como diz o grego - e não se brinca, e nem se trapaceia com a Vontade
Geral da Nação.
Nesse
contexto, também a substituição de
afogadilho de treze dos 32 juízes do dito Tribunal Supremo, pela antiga maioria
chavista na velha Legislatura, já mostra para quem queira ver que os aliados de
Maduro apostam na fraude e na violência contra o espírito da eleição. Se
mágicas valessem, os xamanes ainda estariam a ditar-nos as regras.
Impugnar
a posse de três deputados do distante estado de Amazonas, e agregar a esses um
representante chavista, por alegada suspeita de compra de votos, é prova
escarrada de cínico tokenismo. Com isso pensam disfarçar a descarada manobra de
valer-se de uma justiça chavista, por via das dúvidas reforçada no próprio
sectarismo, o que torna evidente o sanhudo intento de vedar à oposição - os dois
terços de maioria - os quais a MUD recebeu do Povo venezuelano, e não são, por
conseguinte, benesse de um governo corrupto e incapaz, e por isso nefasto.
É um
direito que não pertence à MUD e sim aos venezuelanos chegar ao Legislativo com
maioria de dois terços. Que legitimidade possui o chavismo de Nicolás Maduro e
Diosdado Cabello, se a população sofrida da Venezuela decidiu, em votação livre
e sem constrangimentos, outorgar à bancada da MUD, mais do que o privilégio, o
direito de trabalhar pelo Povo e a sua recuperação econômica e política, sob a direção de seu presidente Henry Ramos
Allup.
Repelidos
pela maioria da Nação, diante de um governo em que a incompetência rivaliza com
a corrupção, o velho regime se apega
desesperado às prerrogativas e supostos privilégios que o longo mando lhes
proporcionou, e de que se serviram - e por quantos anos!- na contramão do interesse da Nação. Às
carreiras, como se Aníbal estivesse às portas da sua Roma, além dos trezes
juízes nomeados, Maduro também se outorgou o poder de indicar diretoria e
presidente do Banco Central (antes atributo do Legislativo), bem como o
presidente igualmente anuncia a abertura do Parlamento Comunal. Não implantado
nem por Chavez, nem por ele próprio. Agora, na ânsia de contrabalançar a presença maciça da oposição, por decisão da
grande maioria do Povo, se lança no campo de governo mais uma assembléia - e
com que interesses, senhores, senão o de embaraçar as instâncias
administrativas. Governaram mal, deixaram ao Povo e à oposição esse legado de
violência, desrespeito à lei, e corrupção, e ainda se servem de um toque de
descarado cinismo!
Se a
situação da Venezuela chegou ao ponto em que ora se encontra, com um governo
desmoralizado, que desesperado se lança para tentar confundir a Oposição, a
reação dos deputados da MUD só deve ser a da firmeza constitucional, que
repudia todos os truques e manobras de última hora, de que as forças chavistas
tentam valer-se. Lançam mão de recursos e manobras para negar ao Povo
venezuelano um governo empenhado na recuperação política, econômica, financeira
e jurídica da Nação. Se criaram o pandemônio juridico, econômico, comercial e
financeiro que aí está, tenham pelo menos a grandeza de ensejar que os eleitos
pela grande maioria possam assumir as rédeas do poder, para desfazer o caos que os senhores prepararam com
tanto esmero!
A vontade
do Povo Venezuelano - que se traduz na grande maioria concedida à MUD - não
pode ser escarnecida por uma quadrilha de senhores, que, apavorados com a a
perda do Poder pela vontade da Nação, em tudo se empenha para criar o caos e a
ditadura dos leguleios, dos aproveitadores da carestia e das associações
para-legais, que sanhudos enfeixam a violência .
O Povo venezuelano votou e decidiu. Por manobras de última hora, não se lhe
poderá escamotear, o que cabe de direito ao Povo soberano. Chega de arbítrio,
chega de trapaças, sejam pseudo-jurídicas ou não. Em pleito aberto e sem
interferências, o Povo venceu. Tenham a
grandeza de aceitar o veredito da Nação, assumido livremente.
Chegou a
hora de encarar esta nova realidade. Dentro da legalidade, e não com espírito
de chicana. O Povo decidiu quem é o vencedor, e a quem deverá incumbir a
responsabilidade do governo. Bem conhecemos as trapaças, a desordem, a
violência, a bagunça e o arbítrio do chavismo. O seu tempo chegou ao fim. Chega
de truques, trapaças, chega de tentativas de impedir a MUD de governar a Nação
venezuelana. Pela situação em que
estamos, não há mais dúvidas sobre a incapacidade do chavismo, sua funda
corrupção, seu autoritarismo que é fruto do desespero de quem reluta em aceitar
a própria condenação pela maioria do Povo a entregar as rédeas do Poder.
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