Rembrandt, o grande pintor holandês, nos deixou um quadro famoso, em que a
sua arte descreve o momento em que o Rei da Babilônia, Belsazar, ou Baltazar,
toma conhecimento por mensagem na parede do próprio palácio, do seu próximo
fim.
Este episódio na Babilônia, que julgavam
impregnável, está na Bíblia e é um conto sobre o poder, a respectiva hubris, a subitaneidade e o aparente
capricho da sorte, que desemboca na laceração da perda, a qual leva ao castigo,
que é irremediável.
A cercania do poder e dos fâmulos, cria atmosfera que
é cúmplice da soberba. Tudo isso serve para realçar o golpe da revelação, que
deixa o sujeito da ação divina (que no caso é um rei, mas que poderia ser
rainha) sem palavras, fulminado pela intervenção do inesperado (no caso, a
revelação divina).
A MP da Leniência
O Procurador
Carlos Fernando dos Santos Lima, integrante da Operação Lava-Jato, disse
identificar "o dedo do governo" na proteção a corruptos. Em entrevista, ele citou a edição da medida
provisória que permite ao governo negociar acordos de leniência com empresas
acusadas de corrupção e o projeto que autorizou a repatriação de recursos
ilegais. O procurador também contestou a
crítica da presidente Dilma Rousseff de que há "pontos fora da curva"
na Lava-Jato, como vazamentos seletivos e interrogatórios com base no "diz
que me diz". "Há pontos fora da curva porque no Brasil não se pune",
rebateu o procurador.
Entrementes, a Presidente...
Dois dias depois de conversar com o vice
(...) sobre convidar a oposição para dialogar, Dilma voltou a provocar os
adversários e os chamou de "golpistas". Dilma esteve ontem na reunião
da Executiva do PDT. (...) No discurso, citou o presidente Getúlio Vargas para
afirmar que a tentativa de golpe (contra) ele foi um 'prenúncio' da situação
atual do país, com o processo de impeachment
da petista aberto na Câmara dos Deputados.
(Por vezes se tem de concordar com
observações de que a Presidenta fala a esmo, e faz conexões onde elas não
existem.)
Não faz nenhum sentido dizer:
"O impeachment que tentaram impor ao Getúlio é um prenúncio do que
acontece hoje no Brasil."
Essa senhora exagera e muito ao
comparar-se a Getúlio Vargas. O "impeachment que tentaram impor ao Getulio"
era um golpe militar, e foi por negar-se a tal exercício, que o Presidente
Getúlio optou por suicidar-se.
É aconselhável que essa senhora
que ultimamente tem falado muito, procure informar-se melhor acerca da História
do Brasil. Se lesse os três volumes de Lira Neto sobre "Getúlio",
teria oportunidade de inteirar-se da existência de alguém que foi um de nossos
maiores presidentes, e que, entre outros
aspectos, a todos impressionava pelo seu dom de falar ao povo, sem nunca
confundir-se.
( Fontes: O
Globo, Getúlio, de Lira Neto, Cia. das Letras, 3 vols.)
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