Hillary e a imprensa
Não sei se os comentaristas da imprensa
americana se deleitam com eventuais dificuldades ou pontos negativos da
pré-candidata do Partido Democrata, Hillary Clinton, o fato é que a ênfase da
imprensa se apega aos possíveis negativos da campanha da ex-secretária de
Estado.
Depois da prá-lá de estranha discussão
sobre a sua preferência, quando chefe do Departamento de Estado, na utilização
de um servidor particular para os respectivos e-mails - o que lhe demandou
enormidade de tempo só para tirar essa falsa questão do visor da campanha -
vejo agora a campanha da ex-Senadora por New York infestada por duas questões: (a)
ameaça colocada pelo Senador Bernie Sanders, do Vermont, que
teria boa vantagem sobre ela nas primárias de New Hampshire; e (b) a atenção
que dispensam os correspondentes ao seu vestuário. O próprio New York Times
acaba de compilar um verdadeiro ensaio sobre o seu guarda-roupa. A conclusão
quanto aos trajes é que desta feita, por escolher um tão comum, ela terá talvez
conseguido calar a questão...
Hillary tem desafios importantes pela
frente e se há, pelo visto, muita gente torcendo contra, resta determinar qual
será a idiosincrasia que a tem colocado em dificuldade...
O seu maior adversário - o Senador
Sanders - apareceu até há pouco, como uma surpresa, eis que tem pendores
socialistas (o que não é exatamente um trunfo na terra de tio Sam), além de fruir da discutível vantagem do under-dog (o que, em tradução livre,
seria o candidato inferiorizado, com menos chance de vencer). E não obstante,
Sanders está cotado para vencer nas primárias de New Hampshire e, quem sabe,
nos caucus de Iowa.
A pobre Hillary, que saíu
favorita, se há de perguntar se existe
alguma maldição nos EUA quanto à candidata-mulher. Porque em 2008, era também favorecida e não é
que nesses mesmos caucus de Iowa
surge um quase desconhecido, um tal de Barack
Obama, que lá inicia longa e exitosa caminhada pela nomination do Partido Democrata?
Tratei da questão no blog Delenda Moro?, sendo o manifesto
assinado por 104 causídicos, e produzido pelo advogado de Marcelo Odebrecht,
Nabor Bulhões. Este acusa a Lava-Jato de usar métodos piores que
os da ditadura e compara a investigação à Inquisição.
A estratégia para tentar abalar a
Lava-Jato teve também a participação, segundo o furo da Folha de S. Paulo, de Emílio Odebrecht, pai de Marcelo, de Mônica,
mulher do executivo, e de advogados da empresa. A ideia de criticar os métodos
da Lava-Jato foi acertada entre Nabor e Emílio em Salvador, onde o patriarca
dos Odebrecht mora.
A reunião em tela ocorreu logo depois
Lewandowski negar pedido de liberdade para Marcelo durante plantão do Supremo,
no dia oito de janeiro de 2016. O texto foi redigido no escritório de Bulhões
em Brasília, e submetido à cúpula da Odebrecht para aprovação.
Emílio Odebrecht, o pai do
empresário, fez mais do que cobrar reação mais dura dos advogados.
Nesse sentido, foi ele quem ligou
para advogados que estavam relutantes em assinar o documento quando surgiu a
versão de que o texto fora escrito por Antonio
Carlos de Almeida Castro, o Kakay, que defende políticos como o
Senador Édison Lobão (PMDB-MA) na Lava-Jato.
A relutância se devia ao fato de muitos
advogados acharem que o documento era peça publicitária de Kakay.
O supracitado advogado, Almeida
Castro, confirmou que não foi ele que escreveu o manifesto, mas afirma que
assinaria de novo mesmo sabendo que a Odebrecht estava por trás das críticas.
Dentre as questões com que não concorda,
está em falar em ditadura, quando estamos num Estado democrático. Para ele, o
essencial era levantar a discussão sobre "os limites da Justiça" e
isso ocorreu. Não tenho a pretensão de mudar a opinião pública ou publicada.
Mas até a Dilma se manifestou sobre a Lava-Jato após a carta."
"O objetivo dos Lula da Silva era
terminar as mudanças a tempo de passar o Natal de 2014 no imóvel. O plano só
não foi adiante porque o jornal O Globo
publicou trechos da investigação do Ministério Público sobre a Bancoop
revelando a existência do triplex.
"Marisa Letícia, esposa de Lula,
chegou a frequentar o espaço comum do edifício, indagando sobre o salão de
festas, piscina e áreas comuns", revelou o zelador do prédio, Afonso
Pinheiro, ressaltando que também foi orientado pela OAS a manter tudo isso em
segredo. Responsável pelos trabalhos, o promotor Cássio Conserino ouviu quase
trinta testemunhas. A VEJA ele disse que a tentativa de ocultar a propriedade
do apartamento terá consequências judiciais para o casal Lula da Silva.
"As investigações estão avançadas e não há mais dúvida de que o único
caminho é a denúncia", disse o promotor (...). Nas próximas semanas, Lula
e Marisa, juntamente com o empreiteiro Léo Pinheiro, serão chamados a depor
como investigados pelo Ministério Público." Note-se, outrossim, que
"o promotor Cássio Conserino ouviu também depoimentos de testemunhas
relacionadas a outra propriedade, um sítio em Atibaia, no interior de São
Paulo, usado frequentemente pelos Lula da Silva e, a exemplo do tríplex do Guarujá, reformado com dinheiro da OAS,
sob a orientação direta do casal. O sítio está registrado no cartório de imóveis
de Atibaia em nome de dois sócios de um dos filhos de Lula. Conserino suspeita
fortemente que o sítio se encaixe nos mesmos capítulos que punem a ocultação de
patrimônio. Quando deixou o governo, no fim de 2010, Lula divulgou que levaria
parte da mudança presidencial para o "seu" sítio, um recanto de
150000 metros quadrados em Atibaia. Conforme VEJA revelou, o recanto
presidencial passou por uma reforma completa paga pela OAS. A propriedade mudou
de padrão. As antigas moradias foram modernizadas e ampliadas.No curso das
investigações, o Ministério Público interrogou o arquiteto Igenes Irigaray, que
comandou parte da reforma do sítio e já prestou serviços a José Carlos Bumlai,
outro amigão de Lula preso na Lava-Jato." (...) Outro truque clássico de
Lula é deixar os companheiros feridos no campo de batalha e seguir em frente
como se não tivesse nada com a refrega. Na semana passada, curiosamente a mesma
em que exaltou suas próprias virtudes de santo do pau oco, Lula defendeu a
libertação imediata de seu ex-braço
direito, José Dirceu, e do tesoureiro Vaccari.
Ambos estão em prisão preventiva em Curitiba. Qual seria a razão para
essa súbita demonstração de solidariedade por parte do ex-presidente?"
( Fontes: Folha de S. Paulo,
O Globo, VEJA, The New York Times )
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