O virus zika, que é transmitido
por esse mega pequeno mosquito, o
Aedes Aegypti, ressalta, na verdade, a sofisticação extrema do Aedes, pois não
é comum que um inseto seja assim tão polivalente quanto o Aedes.
Isso lhe
ressalta o âmbito de ataque - além da dengue, transmite igualmente o virus
zika, febre amarela e chikungunya, o que lhe aumenta a respectiva
periculosidade. Voa de dia, não faz barulho audível na hora da picada, e os
ovos da fêmea, tem menos de um cm e é estriado de branco e preto. Os ovos são
extremamente resistentes, durando por várias estações até encontrarem a
situação propícia para desenvolver os mosquitos.
A par disso,
o Comitê Olímpico Britânico (lembrem-se que foi em Londres a última Olimpíada,
em 2012) incluíu no treinamento de seus atletas orientações para evitar picadas
de mosquito, além de disponibilizar
informações sobre a doença. O surto de zika, de resto, está sendo
monitorado de perto pelos dirigentes britânicos.
Sublinhando
essa preocupação, porta-voz do Comitê
assinalou que o órgão está consultando regularmente a London School of Tropical
Medicine.
Disse
outrossim o porta-voz que "o comitê vai monitorar a situação nos próximos
meses". Manteremos contato tanto com a
Rio 2016, quanto com o Comitê Olímpico
Internaciona (COI), o que já é normal numa competição desse porte.
Recado
para o Senhor Prefeito Eduardo Paes.
Se o senhor tem juízo, deve
afastar do visor qualquer idéia de lidar com esse grande problema (apesar de
originário de um mosquitinho) na maneira habitual das autoridades, quando há
ameaças sanitárias graves que possam virar o caldo dos festejos olímpicos.
Ainda que
não seja provável que venham atletas grávidas para disputar o magno certamen,
penso que deveria ter muito presente de nunca recorrer ao tokenismo para demonstrar
o forte interesse da autoridade que hospeda essa grande ocasião. Mesmo que não
lhe conheçam a denominação, é isso em geral que as autoridades de Pindorama
fazem por ocasião de um certame como a Olimpíada. Como nós nunca hospedamos
essa enorme competição - que é de resto a maior de todas, dando ao país que a
organize a oportunidade de assinalar-se no esporte internacional - não podemos
ficar em demonstrações token
(pequenas e localizadas) se pretendemos que não ocorra nenhum desastre na
Olimpíada brasileira do Rio de Janeiro.
Ora, o
que tenho visto nos jornais são atividades muito diminutas - como a foto por
exemplo de um agente que "atua
contra foco de mosquito no Complexo do Alemão".
A coisa
tem que ser intensa e abrangente, e por isso não limitar-se a ataques pro-forma
contra o mosquitinho, às vésperas do mega-certamen. Em outras palavras, tem de
começar desde já, ser sério e abrangente (envolvendo inclusive a própria
população das áreas próximas aos sítios da competição).
Por
fim, não é sensato - seja pelo surto do zika, seja por outras atitudes das
autoridades, não mais cumprindo o que tinham prometido sobre a despoluição da
baía de Guanabara e, ao que parece, até da Lagoa Rodrigo de Freitas - fazer
cara de pau e ir em frente com ações para
inglês ver que, na verdade, nada resolvem. O combate ao aedes aegypti não
pode ser deixado para a última hora, o que seria, além de faltar com a palavra,
dar prova de incompetência burra, porque não se resolve um problema desses no
gogó.
( Fonte: O Globo )
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