Há pouco tempo atrás Hillary Clinton gozava de folgada
vantagem no campo democrata, a ponto que no debate anterior ela pôde dar-se ao
luxo de mais olhar para os rivais republicanos, do que para seus concorrentes democratas.
Entrados no
ano decisivo para a nomination e
consequente eleição, a situação volta a mudar. O Senador Bernie Sanders, do Vermont, tem mostrado em seu favor uma divisão
geracional: os democratas mais jovens,
abaixo de 45 anos, em quota de dois por um, votariam por ele, contra Hillary.
Dando ideia da
presente volatilidade entre os eleitores democratas, há cerca de um mês,
Hillary Clinton liderava por cerca de 20%, em âmbito nacional. Agora, a sua
liderança está em 48% contra 41%, em favor de Sanders.
Diante do
ressurgimento do concorrente, a postura de Hillary mudou em relação ao
adversário. Com as suas inclinações
socialistas, e a abertura para a esquerda, no eleitorado estadunidense se abrem
óbvias fraquezas do Senador por Vermont.
A competição
pelo veterano Senador cresceu, sobretudo entre os mais jovens. Hillary tem o
apoio dos eleitores moderados (51%), enquanto 33% apóiam Mr Sanders.
Dentre o
eleitorado feminino, a vantagem de
Hillary é de dois dígitos, enquanto entre os homens a divisão é por sexo (45%
pró Sanders e 40 % pró Hillary).
Como Hillary
ocupou o importante posto de Secretária de Estado, muitos democratas a vêem
mais à vontade na Casa Branca do que o rival Sanders. Também a maior parte do
eleitorado a vê com confiança como comandante-em-chefe, o que não é o caso com
Mr Sanders.
Diante do
ressurgimento de Sanders, Hillary voltou a uma campanha mais agressiva. O seu
marido, Bill Clinton, extremamente popular com o eleitorado, se vem dedicando
com grande boa vontade e empenho em prol da cara-metade. Recordem-se que ele
resistira muito a resignar-se à renúncia de Hillary no fim das primárias contra
Obama.
A situação está ainda muito indefinida em Iowa, cujos caucus na eleição passada
foram quase fatais para Hillary contra Obama. Já em New Hampshire, Sanders goza de vantagem de dois dígitos, muito por
conta de ser da Nova Inglaterra, sendo senador pelo estado nortista do Vermont.
Na
questão das armas, Hillary tem clara vantagem contra Sanders. É um
ponto em que ela pode atacá-lo pela esquerda, dado o voto de Sanders em 2005 em prol de mais legislação de proteção à
indústria das armas e aos seus comerciantes nos processos por responsabilidade civil. Isso claramente
o coloca fora de compasso com o Presidente Obama e dela própria, na campanha
contra os fabricantes de armas (e sua indireta responsabilidade nos repetidos
massacres).
Por ora,
enquanto a situação ainda está indefinida, não há a menor dúvida quanto às perspectivas de vitória na eleição
geral entre a mulher Hillary, que seria a primeira Presidente nos Estados
Unidos, e que tem larga experiência no campo administrativo, e o seu mais
direto concorrente no Partido Democrata. A escolha do simpático Senador Sanders
seria muito problemática, dadas as fraquezas - vistas no contexto do eleitor
comum americano - quanto a candidato presidencial com preferências de esquerda
e ainda por cima socialistas. É por tal
razão, de resto, que mesmo os seus maiores apoiadores não negam que, em caso de
vitória de Hillary no campo democrata, acabariam votando na mulher Hillary Clinton.
( Fonte:
The New York Times )
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