domingo, 31 de janeiro de 2016

Colcha de Retalhos D 5


O New York Times endossa Hillary



           O New York Times não é o maior jornal americano por acaso. A sua posição política pode ser contestada, mas dificilmente não se assinalará o peso e a importância de suas opiniões.

           O endosso que ora o Times confere à pré-candidatura de Hillary Clinton à  presidência, se é feito com grande antecipação - e não há negar que haja sobejos motivos para tanto - mostra também a isenção do jornal, eis que várias questões foram por ele examinadas em matérias desfavoráveis para a pré-candidata à nomination pelo Partido Democrata.

           É esta capacidade de rever as próprias posições, uma vez que a respectiva análise foi insatisfatória, que constitui trunfo decerto não desprezível deste jornal, que é, de longe, o maior dos Estados Unidos.

           O Times a qualifica como candidata presidencial sdas mais ampla e profundamente qualificadas para exercer a presidência na história moderna.

            Segundo o New York Times, o seu principal opositor para a candidatura democrata, o Senador Bernie Sanders, que se autodescreve um Socialista Democrata, tem sido adversário emuito mais temível do que muitos antecipavam e, inclusive, a própria Hillary.

            Para o Times, no entanto, Mr. Sanders não tem a largueza da experiência e das idéias políticas que a Sra. Clinton oferece.  Ela é forte advogada de sensatas e eficazes medidas para combater a praga  das armas de fogo.  A ficha de Sanders em armas é relativamente fraca.

           Também as propostas de Hillary para a reforma financeira refletem profundo entendimento da Lei Dodd-Frank  de Reforma Financeira, inclusive nos tópicos em que deixa a desejar. Por outro lado, Hillary apóia reformas de que a nação muito carece, como controles para o intercâmbio financeiro de alta intensidade e maiores obstáculos para a especulação bancária em derivativos.

            O Times considera a plataforma de Hillary aquela que merece ser escolhida, sobretudo por apresentar  visão para os Estados Unidos é que radicalmente diferente daquela oferecida pelos principais candidatos republicanos  - uma visão propositiva de que a classe média americana possa ter chances em atingir a prosperidade, que os direitos da mulher sejam reforçados, que os imigrantes não-documentados possam  alcançar a legalidade, que as alianças internacionais sejam cultivadas e que a superpotência continue segura.

 

O Zika e a falta de empenho

                É gritante e irresponsável a falta de empenho dos cariocas - tanto no morro, quanto no asfalto - no combate ao Aedes Aegypti (o vetor da dengue e do zika).

                 Se falta liderança cívica nessa matéria, o Estado não pode se retrair. No Globo de sábado, se assinala que é flagrante a displicência dos moradores na luta contra o Aedes Aegypti.

                 Como, em aparência, não surgem lideranças comunitárias - e isso tanto nas ruas do Leblon, quanto nas da Rocinha - não é estranhável que ali existam muitos focos.

                  Essa falta de conexão, essa indiferença,  esta passividade diante de  ameaça nada desprezível, só é explicável por duas omissões em termos de iniciativa: a da Prefeitura e suas subprefeituras (que não devem ser apenas cabides de emprego, mas precisam ter presença pró-ativa no combate à epidemia) que nada fazem para chamar a atenção do carioca, enquanto cidadão, no combate preventivo à essa praga.

                  De sua parte, falta ao carioca, rico ou pobre, seja morador no Leblon ou Ipanema, seja favelado, a compreensão de que não faz favor nenhum em participar de forma pró-ativa da luta contra esses dois flagelos.

                   Esses senhores carismáticos, como Pezão e Eduardo Paes deveriam engajar-se mais nesse trabalho de conscientização do carioca. 

                   Maior inter-relação entre o Poder público e o Cidadão seria também muito útil e de grande serventia em termos de controle dos focos de contágio e os de formação do mosquito aedes aegypti.

                    A zika tem um potencial maior e mais temível do que a dengue. Os focos de disseminação - como o carro abandonado por exemplo, apontado no artigo de O Globo - não podem ser deixados ao Deus dará.  A  intervenção deve ser imediata. No caso agride ao bom senso e à inteligência que essas verdadeiras bombas com mecha acesa persistam junto das residências, como se a inação fosse a única reação (que é a do não-fazer-nada).

 

Incrível assalto no Túnel Rebouças

 

                      A  displicência e os grandes vazios em termos de força policial tornam possível incríveis ataques de bandidos em pleno centro do Rio de Janeiro, como no túnel Rebouças que liga a Zona Norte à Zona Sul da cidade.

                      O crime foi cometido às 21:30 hs de sexta-feira, quando um par de assaltantes, em motocicleta, assaltou um outro motociclista. Como esse tentasse fugir, levou dois tiros de raspão nos braços.

                      Houve pânico no túnel, eis que os motoristas pensaram tratar-se de arrastão.

                      Os bandidos fugiram, com a moto roubada, e a vítima, identificada como Marcelo Parentoni, foi medicada no Hospital Miguel Couto, na Gávea.

 

 

A  Lava-Jato continua a avançar

 

                  As manchetes dos jornais  neste fim de semana ajudam a explicar a frase do Governador Geraldo Alckmin (PSDB-SP) de que Lula é o retrato do PT, "sem ética, sem limites". O ex-Presidente rebateu, citando denúncias sobre Metrô de São Paulo e merenda escolar.

                  Por sua vez, a Lava-Jato investiga a venda de outros imóveis pela Bancoop. Dentre os empreendimentos que eram dessa citada Cooperativa Habitacional dos Bancários de São Paulo - que foi dirigida pelo ex-tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, preso desde abril de 2015 e condenado a quinze anos de prisão na Lava-Jato - um dos apartamentos investigados é o do Presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Vagner Freitas. Ele seria dono de imóvel registrado em nome da empreiteira OAS, em bloco do Residencial Altos do Butantã, na Zona Oeste de São Paulo.

                 Freitas negou qualquer crime e disse ter comprovantes da quitação do imóvel. Acrescentou que, apesar de haver pago pelo apartamento "há três ou quatro anos", ainda não providenciou  para alterar o registro em cartório. Diante da divulgação do caso, disse que pretende fazer a transferência de registro nesta segunda-feira., 1° de fevereiro.

                Malgrado tenha sido um dos líderes dos ataques ao ex-Ministro da Fazenda Joaquim Levy, Vagner chamou a atenção em agosto de 2015 ao ameaçar pegar em armas para defender o mandato de Dilma Rousseff, durante um encontro promovido pela Presidenta no Palácio do Planalto com líderes de movimentos sociais.

               Ainda naquele mesmo dia, Vagner Freitas tentou amenizar a fala, alegando que não tivera intenção de incitar a violência e que usara as palavras apenas como uma "figura de linguagem".

 

( Fontes:  The New York Times, O Globo, Folha de S. Paulo )

 

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