O presidente do PT, o Sr. Rui Falcão tem as suas
coordenadas, que podem variar segundo as próprias conveniências e o sistema
interno de alianças das diversas correntes petistas.
Ele continua atuando como se o
Governo Dilma não enfrentasse avaliação tão baixa de parte da opinião pública,
e continuasse surfando na maionese.
A involução da influência petista é (a)
consequência direta do envolvimento de tantos figurões do partido da estrela solitária
com o submundo da corrupção - os seus dois últimos tesoureiros estão atrás das
grades, por força de circunstâncias que muitos militantes petistas (ativos,
sinceros mas vivendo em mundo à parte que semelha negar ou desconhecer os
fenômenos do Mensalão (no passado) e
hoje do Petrolão; e (b) do pior governo republicano de que se tenha memória,
qual seja o Dilma I e o cambaleante Dilma II.
Rui Falcão está sempre preocupado em
opinar, como vem de fazê-lo mais uma vez agora, em que pede ousadia econômica
ao Dilma II, e consegue, assim, desagradar a gregos e troianos no definhante
estamento do PT.
Conheço Sua Excelência somente
através da página impressa dos jornalões, e não de hoje. Recordaria o quanto
infernizou Erundina, na época Prefeita da Paulicéia, a tal ponto que este
antigo quadro petista, na primeira oportunidade, consubstanciada pelo convite
de Itamar Franco, preferiu mandar-se do Partido dos Trabalhadores para os braços
de outras organizações partidárias.
Desta feita, sem consultar vivalma -
que se saiba - o presidente nacional do PT reentrou na arena política, através
de mensagem de fim de ano, em que cobra ousadia na condução da política
econômica e ataca a perspectiva de alta da taxa de juros em janeiro p.f.
Dando a impressão de estar
descoordenada com os frenéticos esforços de Jaques Wagner de lidar com os
colossais erros dos dois Governos Dilma,
não creio que a voz de Rui Falcão logrará alguma coisa além de causar
irritações e até mesmo - em circunstâncias determinadas - exasperações nos inquietos
conciliábulos do acuado e declinante poder petista, que muita vez só semelha
comunicar-se através de dois ou mais dedos cerrados das mãos respectivas.
Será precipuamente nisso que residiria
o interesse de Sua Excelência? Seria demasiada intromissão ousar interpretá-lo
como incomodar se possível, e assim marcar afirmativa e vigorosa presença?
Consta, segundo comentam as boas línguas, que o senhor Falcão firmemente
acredita ser merecedor dessas atenções reflexas em todos os azimutes (como
costumam dizer os gauleses de boa cepa).
Agora, no caso de tão sopesada
estratégia não funcionar, será que o
silêncio traduziria indiferença? Ou quiçá reste a opção da notinha meio atravessada,
plantada junto a cupincha jornalista?
Aguardemos para observar como
reage o senhor Presidente do Partido dos Trabalhadores.
Entrementes, as diferentes e
transidas instâncias, tremem.
( Fonte: Folha de S. Paulo )
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