É difícil não
apoiar Michel Temer e o PMDB nesta encruzilhada da política
brasileira. O seu maior cabo eleitoral é sem dúvida Dilma Rousseff. Por quê ? Ideologias à parte, uma conclusão se
impõe.
A despeito dos
esforços de seus partidários - e mais comovente será o PCdoB, esse partido
comunista chapa-branquíssima, que se refestela no poder, ele e seus
partidários, como Edson Fachin, o benjamin
do Supremo que já quer dar lições a seus coleguinhas, como se lá estivesse
desde o tempo de Celso de Mello -
não há negar que Dilma é fraca como líder.
E aí está o
magno problema. O apedeuta tem as suas
limitações, mas apesar de ter azia à leitura, tem um bom faro político
(excetuadas algumas de suas magnas operações, que melhores políticos teriam
decerto evitado). De qualquer forma, como tudo na vida é relativo, não se pode
comparar nem cotejar Lula com Dilma. Que seus cognomes tenham duas sílabas é o
único traço comum.
Lembram-se da
entrevista de Jarbas Vasconcellos às
páginas amarelas de VEJA? Faz tempo, será forçoso admiti-lo, mas não perdeu o
seu prazo de validade. Ele disse então que o PMDB tinha a ver com corrupção, e
tal declaração criou um certo rebuliço nos cacique peemedebistas.
Nas muralhas
do antigo partido de Ulysses Guimarães
- posto que, ainda em vida do Senhor das Diretas, tenha virado mais grêmio de Orestes Quércia - houve rebuliço dentre
os caciques e sobretudo os coronéis, a princípio revoltados com as assertivas
do político pernambucano (que até hoje continua como solitária e brilhante
estrela em um céu opaco). Lanças foram
levantadas, palavras de ordem gritadas, mas de todo esse energético vapor não acabou saindo declaração alguma, nem o
rosnado repúdio, nem as reiteradas razões, nem as solertes, sombrias
insinuações de penas porventura mais sólidas e fortes. Já então cuidava da
sigla o paulista Michel Temer e se saíra entre os chefes a colher condenações -
o PMDB é menos sigla nacional do que
federação de grêmios estaduais e dos coronéis correspondentes, quase assim como
era o Partido Republicano ao tempo da República Velha. Acostumado a compor as
toadas ligeiramente díssimiles das seções estaduais, se o cortante e mal-lapidado
diamante da franqueza terá sido mal recebido pelo círculo dos coroneis, ao cabo
iriam preferir a tática do silêncio - que estimam menos polêmica - para
enfrentar tal situação.
A verdade,
porém, é que a incompetência de Dilma
Rousseff é tão profunda e, por isso, tão destrutiva e antidemocrática, que
não se tem outra opção senão mostrar-lhe através do impeachment a porta da rua.
Michel Temer
terá seus defeitos, mas tem uma qualidade, a que devemos aferrar-nos. Tem
habilidade política e bom-senso, a ponto de manter-se chefe de um colégio de
coronéis.
Tendo Dilma
como parâmetro governativo, e Lula, como guia político-partidário, diante do
esfacelamento da estrutura petista e das alianças Ali-babá, se cortadas afinal as pontes ilegais às
grandes estatais, temos de recuar com toda urgência, guiados pelas luzes
vintenais do impeachment, para buscar
a salvação não apenas de nossa economia, mas sobretudo de nossa gente, que se
levanta cedo para trabalhar, e, por isso, não é justo que vá topar com a porta
fechada da usina, da fábrica, da loja e de que ponto seja de emprego honesto,
depois de tanta promessa e tanto mau-caratismo.
O Brasil é
grande, abençoado por Deus, mas gente da nossa boa terra, vamos dar força a
quem merece, a quem não se vale do gogó para enganar.
Porque senão
que benção divina nos há de salvar?
Vamos pôr
aquele partido com o seu grande timoneiro, e aquela falante Senhora, não na rua
da amargura, pois essa não se encontra em guia algum, mas em algum posto de
imerecido descanso, que já os aguentamos por demais.
Enquanto
isso, deixemos a Justiça seguir seu rumo. O que, se for conforme ao Juiz Sérgio Moro, creio seja do agrado
da Nação brasileira.
( Fontes: VEJA, O Globo,
Folha de S. Paulo )
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