quarta-feira, 9 de dezembro de 2015

Fachin paralisa processo


                                     

       O Ministro Edson Fachin, que, se não me engano, é a última indicação de Dilma para o STF, suspendeu ontem à noite todo o processo do impeachment até a próxima quarta-feira, dia 16,  quando o plenário do Supremo decidirá qual rito deve ser adotado.

       Foi mantida, no entanto, a validade da sessão de ontem, quando a chapa da oposição foi aprovada por 272 votos contra 199 do grupo governista.

       Segundo Fachin, haveria base jurídica para a ação que questiona a ação secreta. O procedimento jurídico para recorrer da derrota governista, através do tribunal, fora orquestrado pelo fiel aliado petista, o PCdoB.

        A situação de Dilma contesta a votação secreta determinada pelo Deputado Eduardo Cunha, presidente da Câmara.

        Bastou tornar o voto secreto para que o placar se voltasse contra Dilma e o Planalto. Sem o constrangimento do poder, os votos tendem a alinhar-se com o Povo.

         A situação do líder do PMDB, Leonardo Picciani (filho do chefe político e ex-presidente da Assembléia Estadual Jorge Picciani), que de acordo com a situação local no Rio de Janeiro se bandeara para o lado dílmico, ficou bastante precária, e deverá segundo O Globo perder o cargo.

        Mais uma vez o voto secreto comprova serventia. É o perfeito guarda-chuva para assegurar que o sufrágio corresponda não a temores reverenciais ou constrangimentos diante do poder, mas sim ao querer do sufragante, que assim mostra a própria preferência livre de receios quanto a eventuais lembranças futuras da autoridade contrariada.

         No caso, se a validade do voto secreto for mantida - que é a tese daqueles que favorecem a posição da maioria - aumenta de muito a possibilidade da vitória do impeachment.

        Com efeito, a boa tese no caso é binária: para julgar as posições do poder - como nas nomeações e nas questões em que o Executivo é julgado - o voto deve ser secreto;  aberto,  nos processos de cassação e noutros em que sobreleva o interesse da sociedade.

        Com o resultado de ontem (272 votos para a chapa de oposição, contra 199 do grupo governista) o horizonte se vai enfarruscando em termos de sobrevivência do governo Dilma II.

(Fontes:  O Globo e Folha de S. Paulo)

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