STJ nega liberdade a M. Odebrecht
Ontem, a quinta turma do STJ (Superior Tribunal de
Justiça) tomou uma decisão importante. A
tentativa do relator, Ministro Ribeiro Dantas, referida em blog anterior, foi vencida por quatro votos a um. Apenas o relator
constaria como votante pela libertação do trio (empresário Marcelo Odebrecht,
Márcio Faria e Rogério Araújo).
No seu voto, o ministro Jorge Mussi apresentou voto divergente
de Ribeiro Dantas e propôs manter a prisão.
Nesse sentido, considerou o posto
de liderança de Marcelo Odebrecht e a chance de ele voltar a cometer crimes e
atrapalhar as investigações, se porventura solto: "Os
brasileiros não aguentam mais ser apunhalados pelas costas. Chega, basta, essa
sangria precisa ser urgentemente estancada."
Agora, o provável recurso da defesa
de Odebrecht será o Supremo, que entra em recesso a partir da próxima semana.
Nesse contexto, o ministro responsável
pelo plantão do Supremo, em tese, poderá avaliar eventual pedido de liberdade.
As duas opções para essa saída in extremis estariam com o presidente do
STF, Ricardo Lewandowski, e a
vice-presidente, Carmen Lúcia, que se
revezam neste período de repouso para os restantes ministros.
Conselho de Ética acolhe processo contra
Cunha
Depois de mais de dois meses e sete adiamentos, o
Conselho de Ética da Câmara aprovou nesta terça-feira, quinze de dezembro, o
parecer preliminar que dá sequência ao processo de cassação contra o Presidente
da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ).
A superação dessa fase foi pela
contagem mínima (11 a 9). E existem perspectivas de que tal votação seja
anulada. A questão vai para a Comissão de Constituição e Justiça, que é
presidida por um dos principais aliados de Cunha, Arthur Lira (PP-AL).
No confuso quadro do processo, o
advogado Marcelo Nobre disse que a ação reforça a defesa já que explicitaria
que os investigadores não têm provas contra seu cliente.
Por outro lado, o deputado Sérgio Morais (PTB-RS), que
atraíra atenções por afirmar há alguns anos atrás que "se
lixava para a opinião pública"
disse que são os rivais de Cunha que o estão auxiliando: "Quem mais está
ajudando são os ditos adversários de Cunha.
O senhor (se dirigindo ao presidente da Comissão, José Carlos Araújo)
tomou uma decisão que será anulada (...) Quem está ajudando Eduardo Cunha a
protelar esse processo é o batalhão anti-Cunha."
E. Cunha considerou
posteriormente "nula" a decisão do Conselho de dar continuidade ao
seu processo. Afirmou então que irá
recorrer ao STF sob a alegação de cerceamento do direito de defesa.
Segundo o Presidente da Câmara,
os deputados do colegiado "fizeram o jogo da platéia" para encobrir o
processo de impeachment contra Dilma
Rousseff. Nesse sentido, também acusou o Governo Dilma de agir contra ele no
Conselho.
O
Mau-Humor de Renan Calheiros
Em Brasília, a terra mais do poder do que dos
poderosos, nem sempre a reação dos políticos, e máxime aqueles no topo da
hierarquia, se insere no que se espera, dentro das circunstâncias.
Assim, Renan Calheiros, o atual
Presidente do Senado Federal, demonstrou irritação, segundo a Folha, com o fato de que nomes a ele
ligados hajam sido atingidos diretamente na fase
Catilinária da Operação Lava-Jato.
Pelo visto, o fato de que o
Ministro Teori Zavascki tenha denegado a solicitação de M. Janot, o
Procurador-Geral da República, de
incluí-lo na operação de busca e apreensão não terá contribuído para
afastar-lhe a irritação com essa operação da PF.
E como assinala a reportagem de
Brasília, "pessoas próximas ao peemedebista dizem que ele ainda calcula
qual será o próximo passo, mas relatam que, logo após a ação deflagrada pela PF
na terça quinze, Renan começou a dar
sinais de que pode abandonar a base de sustentação do Palácio do
Planalto."
Nesse contexto, a inquietude dos
meios dilmistas cresceu. "Em conversas privadas, o presidente do Senado
sinalizou que haverá recesso parlamentar, pelo menos até meados de janeiro. Ele
avalia ser preciso "baixar a temperatura" política." Como o Governo tem defendido a tese de que é
preciso terminar o mais rápido possível as discussões sobre o processo de impeachment, justamente por isso, a
tendência pró-recesso de Renan Calheiros foi interpretada pelo Palácio do
Planalto como uma advertência.
O líder por um voto, Leonardo Picciani, que ora tenta
recuperar a perdida liderança, se tem empenhado em promover novas filiações ao
PMDB. A cúpula partidária quer vetar essas filiações para barrar a iniciativa
do deputado carioca, que é pró-Dilma, e que foi substituído por Leonardo Quintão (MG), com o apoio de
Michel Temer.
Por ora, a orientação de
Temer é a da cautela. Para ele, por ora não se deve discutir rompimento
oficial, até que o cenário venha a clarear.
Além disso, a investida da PF
foi vista pelo círculo de Renan Calheiros como um cerco ao Senador e à campanha
de seu filho ao governo de Alagoas em 2014. Nesse sentido, o escritório
regional do PMDB no Estado foi alvo de batida policial (como se sabe, o pedido
para a busca e apreensão na residência oficial em Brasília foi brecado pelo
Supremo).
Pessoas próximas de Renan contaram que
Sérgio Machado, ex-diretor da Transpetro e ligado a Renan, teria sido acordado
por agentes da Polícia Federal com uma lanterna no rosto, quando a operação foi
deflagrada. A esse propósito, o Presidente do Senado considerou a ação abusiva.
Já é conhecida a irritação
do PT com certas ações da Polícia Federal, que, segundo prática estabelecida
desde o governo Lula pelo então Ministro da Justiça Márcio Thomaz Bastos
(recentemente falecido), não é mais
controlada politicamente pelo Ministro da Justiça, atualmente José Eduardo
Cardozo.
O problema é que se Renan
romper com Dilma por causa desses contratempos, o presidente do Senado
afundaria de vez o barco petista.
Atual disposição psicológica do povo
americano
Segundo refere The
New York Times a inquietude do povo americano é alta, no que se reporta a
possível ataque terrorista. Esse sentimento se viu bruscamente acirrado pelo
recente atentado de um casal muçulmano contra Centro de Planejamento Familiar,
em San Bernardino, na Califórnia, em que mais de uma dezena de pessoas foi
liquidada pelos dois fanáticos, posteriormente abatidos na perseguição policial
(V. blog a respeito).
Consoante se
estimaria, esta atitude psicológica só teria equivalente com o estado de
espírito que prevalecera no povo americano, imediatamente após o ataque às Torres
Gêmeas, em New York, em onze de setembro de 2001. Obviamente, tal
ataque, junto com o massacre em Paris na casa de espetáculos Bataclan, terá sido sinistro lembrete de que o braço do
ISIS poderia também chegar à terra de Tio Sam.
Daí a jogada
política (e demagógica) de Donald Trump, bem acolhida pela opinião pública
estadunidense, de barrar a entrada nos States de muçulmanos.
( Fontes: Folha
de S. Paulo, O Globo,
The New York Times )
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