terça-feira, 22 de maio de 2018

Sanções ao regime chavista


                           

       Com exceção de Rússia e China, o grupo de Lima (catorze países latino-americanos)  se manifestou contrário às eleições na Venezuela, não reconhecendo a votação, retirando seus embaixadores de Caracas, em procedimento que serve para tais ocasiões na diplomacia, na chamada para "consultas". O Grupo vai-se empenhar junto à OEA para suspender a Venezuela da organização por descumprimento da cláusula democrática.  Tais ações conduzem a medidas na área financeira que deverão bloquear o comércio, investigar suspeitas de corrupção, lavagem de dinheiro e financiamento ao terrorismo. 
          Tais medidas poder levar também ao eventual congelamento de ativos e a outras restrições financeiras. A Organização dos Estados Americanos tende a ser muito lenta na aplicação de eventuais penalidades, inclusive a suspensão da Venezuela por descumprimento da chamada cláusula democrática.
          Coube a Washington a aplicação das sanções mais fortes: bloqueou ativos venezuelanos nos EUA, inclusive as propriedades da sua principal fonte de receita, sob controle do chavismo, i.e. Petróleos de Venezuela SA  (PDVSA).
          A eleição, claramente fraudulenta,  levou a uma forte reação, tanto de Washington, quanto do Grupo de Lima (Brasil e mais treze países).  Em reação  à  fraude praticada, foram tomadas medidas tendentes a evitar que o regime chavista liquide créditos futuros ou bens estatais em troca de dinheiro vivo imediato.
           Há poucos países que na América Latina defendem o regime chavista: Cuba, Nicarágua e Bolívia.  No entanto, a capacidade de negociar de Caracas  já está restrita pela vitória judicial da Conoco Phillips, que em maio último lograra  arrestar tanques de petróleo venezuelano para garantir o pagamento de dívida de US$ 2 bilhões.
           Contudo, a hipótese de que o próximo passo estadunidense seja sanções diretas à atividade petrolífera venezuelana com vistas a pressionar o chavismo não é bem-vista por líderes opositores do país.  O presidente da Assembléia Nacional,Omar Barbosa, não está de acordo com a ideia. Essa proposta é vista como polêmica,  pois segundo Barbosa: "É preciso evitar medidas que atinjam o petróleo, que não pertence ao governo mas a todos os venezuelanos".
            Sem embargo, essa defesa de o que pertence a todos os venezuelanos, na prática serve ao corrupto poder chavista.  E e por isso que diante de tal necessidade, alguma louça deva ser quebrada.
            Como seria de esperar, o apoio para Caracas  foi encarecido por países de regime forte.  Moscou e Beijing  mandaram mensagens favoráveis a Maduro, assim como, outra ditadura, essa clerical, a do Irã dos ayatollahs, defendeu a validade da reeleição do atual presidente...

( Fonte:  O Estado de S. Paulo )

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