segunda-feira, 28 de maio de 2018

A Podridão, segundo delação de Léo Pinheiro


                        
        O Globo de hoje tem matéria importante, com "Sinal Verde para Delação" do empresário Léo inheiro. O ex-presidente da OAS, preso em Curitiba desde setembro de 2016, por fim obteve o aval da Procuradoria-Geral da República e está fechando os últimos detalhes de sua proposta.

         Havido o sinal verde da PGR Raquel Dodge, os temas e as minúcias jurídicas do acordo estão sendo acertados com a Lava-Jato em Curitiba. Por ora, a delação inclui 60 anexos: 14 políticos do MDB, PSDB, PT, PP e DEM, propinas em obras feitas pela empreiteira em onze estados brasileiros e operações ilícitas em cinco países da América Latina, além de repasses de caixa dois para campanhas eleitorais.

         Dentre os delatados: está o pré-candidato ao governo do Rio, o ex-prefeito Eduardo Paes (DEM), que terá recebido repasses via caixa-2 para a campanha à prefeitura em 2012. Pinheiro também relata pagamento de propina ao ex-secretário de Obras de Paes, Alexandre Pinto, preso desde janeiro, pela Lava-Jato no Rio, e a integrantes do Tribunal de Contas do Estado (TCE). Segundo o executivo, tanto o ex-secretário municipal, quanto integrantes do TCE cobravam um percentual sobre contratos de obras, entre elas, o corredor de ônibus BRT-Transcarioca e do programa Asfalto Liso, executado por Odebrecht e OAS e que previa recuperação de 700 km de vias da cidade. Também foi citada a obra do governo do Estado do teleférico do Morro da Providência, hoje parada. Nesse sentido, Pinheiro frisa que todas as construções executadas pela OAS no Rio, estiveram vinculadas a pagamentos de propinas ou Caixa 2

       Desde que as denúncias da operação Lava-Jato no Rio vieram a público, Pinto e os integrantes do TCE também tem negado relação com o recebimento de propinas. No entanto, o ex-presidente do tribunal, Jonas Lopes de Carvalho tornou-se delator e confirmou os esquemas dentro da corte relacionados às obras públicas no estado. Oito ex-funcionários da empresa que trabalhavam no setor já assinaram acordos  de delação com a PGR,  que aguardam homologação do relator da Lava-Jato no Supremo, o ministro Edson Fachin. Esse grupo entregou documentos e registros da área que mostram pagamentos de caixa-dois e propina de 2010 a novembro de 2014, quando Pinheiro foi preso por primeira vez. Ele está detido, por segunda vez,desde SET/2016, e já foi condenado por corrupção e lavagem de dinheiro.
          Os relatos e documentos dos delatores da área da propina da empresa corroboraram a delação de Pinheiro. O escopo dos assuntos que farão parte do acordo, porém, ainda não foi totalmente fechado. Um dos temas que ainda está na mesa - mas que permanecem indecisos, são acusações envolvendo ministros de Tribunais superiores.

        Resta como principal entrave para que Léo Pinheiro por fim assine o seu acordo foi a tentativa de incluir os irmãos Cesar Mata Pires Filho e Antônio Carlos Mata Pires, acionistas majoritários da OAS, como delatores. A PGR e a força tarefa, porém, não aceitaram, e as tratativas evoluíram apenas com Pinheiro. Atualmente, o empreiteiro e sua família vivem de uma espécie de mesada paga pelos irmãos Mata Pires que gira em torno de R$ 500 mil mensais.

( Fonte: O  Globo )

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