quinta-feira, 7 de dezembro de 2017

Pimentel - Réu por Corrupção

                              

       O governador de Minas Gerais,  Fernando Pimentel (PT), é acusado de favorecer a Odebrecht em troca de vantagens  indevidas quando foi Ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, na gestão de Dilma Rousseff.
       Em votação unânime, a Corte Especial do Superior Tribunal de Justiça (STJ) acolheu ontem denúncia contra o governador de Minas, Fernando Pimentel (PT),  pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro.
       Ele é acusado de favorecer a empreiteira Odebrecht, em troca de vantagens indevidas, quando foi Ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) na gestão da Presidente Dilma Rousseff.
        Embora Pimentel haja se tornado réu, ele não será afastado do mandato.  Os dez ministros que votaram entenderam que não há motivos para retirá-lo do cargo de Governador porque os fatos não têm relação  com a atual função de Pimentel, e porque ele não estaria agindo para dificultar as investigações.
         Uma eventual condenação na corte, tenderá a atrapalhar os planos de Pimentel caso queira tentar a reeleição em 2018. Além disso, uma decisão do STJ antes de outubro tornaria Pimentel ficha-suja.
          Este é o primeiro caso em que o STJ discute se um governador que se torna réu precisa ser afastado após o Supremo Tribunal Federal haver decidido  que o tema carece de ser analisado caso a caso. Em maio o Supremo eliminou a necessidade de autorização prévia das Assembléias Legislativas para processar governadores.  Sem maior repercussão, no entanto, essa decisão representou um grande progresso da Justiça Nacional, eis que, notoriamente, as Assembléias Legislativas representavam em muitos casos uma espécie de baluarte do Governador em funções, implicando assim em considerável obstáculo para que a Justiça fosse realmente implementada.
              Ainda nesse contexto, e talvez batendo uma no cravo e outra na ferradura, o Supremo derrubou a previsão de afastamento automático, que constava de algumas Constituições estaduais.
                Outros cinco denunciados também viraram réus na mesma ação.  Irão responder por corrupção passiva Eduardo Serrano, chefe de gabinete do então Ministro; Benedito Rodrigues (o conhecido como "Bené") empresário e amigo próximo a Pimentel;  e Pedro Augusto de Medeiros, apontado como intermediador.
                 No que tange à nossa conhecida Odebrecht, a Corte Especial do STJ tornou réus Marcelo Odebrecht,  proprietário dessa Construtora (que acaba de sair da cadeia em Curitiba), e João Carlos  Mariz Nogueira, executivo da empresa, pelo crime de corrupção ativa.
                  Denúncia .   Pimentel foi denunciado em novembro de 2016 no âmbito da Operação Acrônimo sob a acusação de ter recebido R$ 15 milhões em propina da Odebrecht. Em troca, ele teria ajudado a empresa a obter financiamentos  no Banco Nacional do Desenvolvi-mento Econômico e Social (BNDES), entre 2011 e 2012. À época ele era ministro e chefiava a Câmara de Comércio Exterior (Camex). A Ode-brecht obteve financiamentos  do banco para obras na Argentina e em Moçambique.
                    A sessão de ontem no STJ foi retomada com o voto do ministro Og Fernandes, que havia pedido vista na semana passada após os votos  do relator Herman Benjamin e do ministro Jorge Mussi.
                     Fernandes acompanhou o relator, rejeitando os pedidos de nulidade apresentados pelas defesas. Os advogados de Pimentel alega- ram que o governador era o alvo desde o início da apuração, mas não havia autorização para investigá-lo, o que deveria levar à anulação das operações policiais realizadas.
                     "É clara a licitude dos elementos probatórios até então presentes nos autos", disse Fernandes. Para ele, "a análise minuciosa não deixa dúvida de que há indícios de autoria e materialidade." O ministro ressaltou, ao explicar o motivo de não pedir o afastamento, que o próprio Ministério Público Federal não havia solicitado a medida.
                         Além de Benjamin, Mussi e Fernandes, votaram pelo recebimento da denúncia os ministros Luis Felipe Salomão, Mauro Campbell, Benedito Gonçalves, Raul Araújo, Nancy Andrighi, Humberto Martins e Maria Thereza de Assis Moura.


( Fonte:  O Estado de São Paulo )

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