domingo, 31 de dezembro de 2017

Afinal Plenário do STF votará liminares de Fux

                   

        O Ministro Fux levou tempo para liberar à votação do plenário do STF  as generosas liminares que concedera desde 2014, ao estender o auxílio-moradia a todos os juízes  das Justiças Federal, estaduais e trabalhista.
         Tão logo souberam que todos os membros do STF vão afinal julgar da liberalidade do Ministro Luiz Fux, a Associação dos Juízes Federais do Brasil (Ajufe) e a Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB) anunciaram que não medirão esforços para manter  esse benefício que hoje é de R$ 4,3 mil e não incide no cálculo do teto salarial do funcionalismo. Quando o Supremo retomar os trabalhos em 2018 caberá aos Ministros da Corte referendar ou não as decisões de Fux. 
          Em carta distribuída a seus filiados, a AMB afirmou que não aceitará "perdas salariais sob qualquer pretexto", e invocou a tese  da "valorização da magistratura" para justificar o recebimento desse penduricalho e reivindicou, no caso de ser considerado inconstitucional pelo STF, a criação de outro benefício no mesmo valor do auxílio-moradia, a título de "valorização por tempo de serviço". Também alegou que "não se curvará aos detratores da magistratura, especialmente à difamatória campanha lançada pela imprensa." E nesse mesma linha, defendeu ainda o anteprojeto da nova Lei Orgânica da Magistratura Nacional, que foi elaborado pelo Supremo na época em que era presidido pelo ministro Ricardo Lewandowski. Entre outras concessões, o anteprojeto prevê o pagamento de até 17 salários (!), férias de 60 dias, multiplicação de verbas indenizatórias e até direito a passaporte diplomático.
           Como assinala o Estadão, "evidentemente um erro - como a concessão de um penduricalho para os membros da AGU - não justifica outro erro, como a continuidade do pagamento do auxílio moradia. E como frisa o Estadão "se tivessem a certeza de que suas pretensões têm sólida base jurídica, as duas entidades (a AMB e a AJUFE) não precisariam agir de modo tão patético.
            Nesse contexto, parece oportuno ter presente o que assinala o editorial do Estadão: "Acima de tudo, essas associações não consideram o fato  de que a discussão sobre os penduricalhos não envolve uma questão jurídica, mas uma questão ética. (Assinale-se que) a corporação está entre as carreiras mais bem pagas do funcionalismo  e goza de privilégios que não são concedidos aos trabalhadores da iniciativa privada."


( Fonte:  O Estado de S. Paulo )         

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