terça-feira, 12 de dezembro de 2017

Disputa senatorial em Alabama

                

       Alabama é o que os americanos chamam de red state. Em qualquer outro lugar do mundo, isto significaria estado em que a esquerda predomina.  Nos Estados Unidos, para variar, o red  (vermelho) significa estado que, em geral, vota com o Partido Republicano.
       Não importa que, no passado, os estados sulinos votassem com os democratas. Memórias da Guerra Civil e de Abraham Lincoln, que era do Partido Republicano.  Sem embargo, desde os tempos de Lyndon Johnson, e as medidas que este presidente - originário do Texas - adotou para proteger os afro-americanos, levaram os estados do Sul a votarem com o partido mais conservador, no caso o Republicano. 
      Nessa bye-election (eleição extraordinária) o republicano Roy S. Moore enfrenta dificuldades por causa de sua conduta com moças adolescentes... As perspectivas desfavoráveis fizeram que o próprio Presidente Trump hesitasse bastante antes de consentir vir a campo para defender alguém do próprio partido, por mais suja que fosse a respectiva ficha.
      No entanto, a relevância dessa competição cresce pelas implicações no quadro político senatorial.  Se Doug Jones, democrata, vencer, a diferença de votos no Senado Federal passará a apenas um, o que tornaria dramática a disputa prevista para o próximo ano, com a séria perspectiva de os democratas voltarem a empolgar a maioria no Senado.
      Sem embargo, estamos em estado que costuma votar com os republicanos, e em que as restrições ao voto dos afro-americanos abundam.  Recorde-se que a maioria republicana na Suprema Corte voltou a permitir que disposições antivoto das minorias, de ranço racista, sejam de novo permitidas, sob a cínica racionalização de que o progresso elimina as cláusulas preconceituosas - como antes se realizava através de leis preconizadas por Lyndon Johnson, que existiam para eliminar as disposições antivoto (das minorias), que são do especial agrado do Grand Old Party, nos estados do Sul.
       Pois no Alabama, estado racista e dominado pelos republicanos, de novo abundam as leis que dificultam os votos de latinos, afro-americanos, idosos e todos aqueles que, em geral, acorrem para os democratas, que lhes defendem os respectivos direitos. Em outras palavras, para que o republicano Moore ganhe, ele precisa maximizar a sua velha base de brancos rurais.  Já os eleitores afro-americanos de Mr Jones estão nas cidades em Jefferson County, e a sua vitória nesses condados terá de ser superior a setenta por cento, para mais do que compensar  a votação do republicano Roy Moore.
       
   

( Fonte: The New York Times )

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