sábado, 23 de julho de 2016

Vice: Escolha de Hillary

                                               


       Hillary Clinton escolheu Tim Kaine como seu companheiro de chapa. Esta seleção indica, como refere o artigo de The New York Times, os seguintes tópicos:  (a) estado contestado:  a Virgínia é um swing state (estado cujo apoio pode ir para um ou outro lado). Daí a importância de indicar como vice-presidente um político popular neste estado; (b) Kaine tem raízes na classe trabalhadora; e (c) é fluente em espanhol.
       Além de ter boa química com a candidata, Kaine, ex-governador da Virgínia, tem assento no Comitê de Relações Exteriores do Senado,  qualificações importantes para ajudar no sucesso da chapa democrática.
        Hillary preferiu Kaine ao invés de escolhas mais ousadas: (a) Thomas E. Perez, o atual Secretário para o Trabalho, que teria sido o primeiro hispânico na chapa de um grande partido;  (b) Senadora Cory Booker, de New Jersey, a primeira afro-americana candidata à Vice-presidência; (c) James Stavridis, ex-Almirante de quatro estrelas que serviu como comandante supremo aliado, mas nunca exerceu  cargo eletivo.
         De acordo com a sua natureza, Hillary preferiu a escolha menos ousada. Por outro lado, é impossível contentar a todos. No entanto, Kaine goza de boa sustentação, e pode ajudar bastante a candidata. É católico apostólico-romano, fluente em espanhol, e muito popular na Virgínia.
        Ao escolhê-lho, a candidata terá de forçosamente desagradar a alguns, como os liberais no comércio.
         Dada a atitude do candidato adversário, não é de esperar-se que ele e seu grupo possam elogiar a chapa de Hillary. Qualquer que seja a opção, o GOP, atrelado a candidato polêmico e contestado por número apreciável de correligionários, será sempre negativo na avaliação da chapa democrata, e ainda no que tange a Hillary, por quem nutrem uma negação que bordeja o histerismo.
         Sem dar-se conta, o GOP, atribulado por um cabeça de chapa contestado e até odiado por muitos republicanos sangue-azul, investe com fúria taurina contra Hillary Clinton, a que muito temem, e que por isso buscaram derrubar desde o affaire da Líbia (assassínio do embaixador Chris Stevens) até o anti-affaire do servidor privado de e-mails ...
          Pela boa recepção dada ao simpático Tim Kaine, Hillary semelha ter feito ótima escolha para vice: não é controverso, é simpático e soma, tanto na Virgínia, quanto alhures, para os católicos e a comunidade hispânica.

( Fonte: The New York Times)

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