segunda-feira, 4 de julho de 2016

As Olimpíadas do Rio

                                 
        O Prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, em entrevista a CNN, declarou que o Estado do Rio de Janeiro está fazendo um trabalho terrível na segurança (para os próximos Jogos Olímpicos).
        Como se sabe o Estado acha-se atravessando séria crise financeira. No entanto, depois da declaração pelo governador Francisco Dornelles de "estado de calamidade pública", a União, através do governo interino do Presidente Michel Temer, prometeu dar os fundos necessários para bancar o magno certamen.
         Com a injeção financeira, o Estado disporá dos meios indispensáveis para terminar as obras do metrô até a área olímpica, assim como proceder a outras indispensáveis providências para a viabilização do magno evento.
         Estamos diante da  desinteligência aparente entre o Estado do Rio de Janeiro - que deve cuidar da segurança na antes chamada Cidade Maravilhosa - e a Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro. Tal se deve à circunstância de que atualmente existe  verdadeira guerra entre o tráfico e a criminalidade de um lado, e de outro a Polícia Militar, guerra  essa que - por uma série de circunstâncias que aqui  não cabe aprofundar  - a P.M. está por ora perdendo diante do crime organizado.
         Como é gigantesco o aporte previsto pelos encarregados da segurança olímpica -  que está a cargo precipuamente dos ministérios militares, notadamente o do Exército e o da Marinha, conquanto tampouco se exclua o Ministério da Aeronáutica - não creio que haverá problemas nessa área. Sei que é uma afirmação crítica, dados os desafios apresentados na atualidade tanto pelo crime organizado, quanto pelas organizações terroristas, com o assim chamado ISIS à frente.
          Todo o esforço das entidades especializadas nacionais e internacionais nessa luta - que será dentro do possível preventiva, embora não se possa igualmente excluir os necessários destacamentos para coibir qualquer intento terrorista ao ensejo de um público multitudinário que acorre aos estádios, abertos e fechados, para assistir aos jogos, e o qual carece de ser adequadamente protegido, em intervenções localizadas e preventivas, para que tudo transcorra dentro da tranquilidade e da ordem.
            Para o Prefeito Eduardo Paes, o problema na saúde, ora existente, se acharia
na suposta incapacidade  de gestão até agora manifestada pelos órgãos dependentes da autoridade estadual. É conhecida a crise que atravessa o governo interino do vice-governador Francisco Dornelles. Para o Prefeito Paes, o problema seria de gestão, porque os recursos já teriam sido alocados.
               Semelha relevante que se a autoridade estadual não estiver em condições de desempenhar as respectivas atribuições, como os recursos já teriam sido disponibilizados, trata-se simplesmente de encarregar alguém com plenos poderes (e a capacidade pessoal correspondente) para geri-los da forma mais apropriada e coordenada, com vistas a que também a questão da saúde seja adequadamente atendida.
                Tenha-se presente que no passado, diante da aparente confusão nos Jogos Pan-Americanos (2007), também realizados no Rio de Janeiro, e a manifesta incapacidade do então Prefeito Cesar Maia de atender o desafio, foi chamado e investido dos poderes indispensáveis o então jovem político  Eduardo Paes, que logrou desincumbir-se a contento daquele desafio.
                 Como Paes ora se acha desempenhando, na sua qualidade de Prefeito do Rio de Janeiro, múltiplas funções relativas à realização das Olimpíadas, parece que o mais oportuno seria solicitar-lhe que designe alguém para exercer tais funções de czar relativas à área da saúde, funcionando de forma auxiliar, mas com plenos poderes nessa área,  para que os órgãos da saúde estejam em plenas condições de associar-se ao magno esforço olímpico. Nesses termos, e no quadro estadual, o Governador interino Dornelles, delegaria a esse encarregado da gestão do setor sanitário, escolhido pelo Prefeito Paes, os poderes necessários para o pleno exercício de tão importante função.
                     O passado é testemunha de que diante de magnos desafios a autoridade brasileira tem encontrado as devidas soluções para assegurar o bom desempenho de certames internacionais.
                      Essa medida extraordinária - que corresponderia ao envolvimento da União, através do Presidente interino Michel Temer, do Estado, por meio do Governador interino, Francisco Dornelles, e do Prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes - daria a meu modesto ver todas as indispensáveis condições para que todos os serviços se entrosem também no campo da saúde, atendidas as condições especiais de urgência e de excepcionalidade ditadas pelo magno evento a que o Brasil dará todo o necessário atendimento, como em inúmeras outras ocasiões no passado.

         

( Fontes: Site Globo-on line; O Globo, O Estado de S.Paulo, Folha de S. Paulo e  The New York Times)

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