sexta-feira, 15 de julho de 2016

O Terror e a França

                                      

       Mais um atentado do E.I. mata 83 pessoas, inclusive crianças de colo, em avenida de Nice.  Multidão participava de desfile do Dia da Bastilha, a data nacional da França. De repente, na cálida noite, surge caminhão pesado, dirigido por francês de origem tunisina, que a todos surpreende, investindo contra aquela multidão que acreditava festejar aquele dia, de que nascera, em difícil parto, a liberdade no Ocidente.
       As informações ligam esse morticínio a mais um kamikaze surgido do nada, Mohamed Lahoualej Bouhel, que, com 31 anos de idade,  foi abatido pela polícia.
        A França continua a pagar o preço de ter quota demográfica de franco-árabes, em geral engrossando o proletariado dos subúrbios, e, portanto,  faixa aberta à propaganda do Exército Islâmico, que paga os seus terroristas com as promessas de ingresso no paraíso muçulmano, onde lhes esperam huris (virgens), no modelo submisso do Profeta.
         Que tal gente seja empurrada para os HLM da periferia - em que a raiva dos rejeitados da sorte carece de espirrar para fora, nos espaços da mídia,  nas cidades modelo-turista - explica boa parte dessa perversa equação, mas não tudo.
          Relativamente próxima da sede do Exército Islâmico, em Raqqa, e com todo esse proletariado interno corroído pela raiva e pela falta de perspectivas (a que se deve adicionar boa dose de preconceito da população européia), o E.I. e o seu califa al-Baghdaadi, com a peçonha do ódio racial, dispõe de parcela não-negligenciável que está pronta a sacrificar-se como se herói fora, e pôr, assim, termo a existências que crêem sem sentido em meio a tantos infiéis.
            Hoje, muitos países europeus pagam o pesado resgate de suas passadas conquistas no Levante próximo, assim como o decenal aproveitamento da barata mão-de-obra islâmica. Estão aí para que não pensem que se exagera os árabes (dos Países Baixos), que a alta taxa de natalidade promete no porvir a maioria na terra dos gentios, os turcos (na Alemanha, vítima de germânico controle da natalidade), mais árabes na ricaça Suiça (em que perseguidos pelas quotas e pelos prazos, lutam por permanecer na terra da fartura), e, não por último, no hexágono francês, que agora, tem de lidar com pesada quota (devem andar pelos dez milhões) a parcela dos árabes que emigrara para o continente, escorraçada por conquistas imperialistas.
              É esse o proletariado interno de que nos fala A.J.Toynbee, aquele que vegeta em terra alheia,  que abomina, enquanto espera pela oportunidade de apossar-se da riqueza e fartura do homem branco, e execrado conquistador, em um passado que os fracos e oprimidos não esquecem jamais.


(  Fontes:  A. Toynbee, França, Exército Islâmico e New York Times ) 

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