domingo, 31 de julho de 2016

Antes Tarde do que Nunca

                         

1.     Talvez seja a herança portuguesa, com certeza. Mas a coluna de Elio Gaspari revela mais particulares da desastrosa gestão do Ministro Ricardo Lewandowski, com a inclinação de proteção à burocracia judiciária. 
          Depois de maltratar o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) de vários modos - notadamente obstaculizando a ação para a qual o Conselho foi criado pelo Ministro Nelson Jobim - "Lewandowski podou a Resolução 226 do CNJ e livrou todos os magistrados de contar quanto recebem por suas palestras fora dos tribunais (um ministro do TST faturou R$ 161 mil com 12 palestras). A exigência foi suprimida a pedido de Lewandowski, que julgou necessário "resguardar a privacidade e a própria segurança" dos juízes, " porque hoje, quando nós divulgamos valores econômicos, estamos sujeitos, num país em crise, num país onde infelizmente nossa segurança pública ainda não atingiu os níveis desejados..."
          "Há poucos dias, Daniel Chada, engº  chefe do projeto "Supremo em Números", da FGV Direito Rio, e o professor Ivo Hartmann, coordenador da iniciativa, puseram na rede  artigo com título provocador: "A distribuição dos processos  no Supremo é realmente aleatória?" Numa resposta rápida, é. Cada ministro do STF recebe cerca de quinhentos processos. Em tese, ninguém pode prever  qual processo vai  para qual ministro.  Com base na Lei de Acesso à Informação, um contribuinte pediu ao Supremo o código-fonte do programa de computador que faz a distribuição aleatória. Foi informado de que não seria atendido, tendo em vista a "ausência de previsão normativa para tal". A Lei diz que não pode haver sigilo  para informação necessária "à tutela  judicial ou administrativa de direitos fundamentais". Um programa bichado pode ser violado. A divulgação de um código-fonte não o torna vulnerável. Pelo contrário, permite a percepção de brechas. O código-fonte do Bitcoin, bem como aquele usado  pelo banco Itaú para dar números aos clientes, são públicos. Nunca apareceu maledicência que justificasse  uma suspeita de vício na distribuição dos processos no STF. Ao proteger um sigilo que pode até mesmo encobrir serviço malfeito, a burocracia de Lewandowski   atravessou a rua  para escorregar na casca de banana que estava na outra calçada. (meus os grifos)
2.           PT já não acredita na volta de Dilma.  Esta é a manchete do Globo de hoje, domingo, 31 de julho.
                   Embora evitem admiti-lo em público, a cúpula do Partido dos Trabalhadores está mais preocupada em superar o desgaste  causado pela Operação Lava-Jato, a fim de que o Partido sobreviva politicamente até as eleições de 2018. Assim quanto ao Julgamento pelo Senado Federal não há mobilização para a tentativa de virar  votos no Senado.
                       O próprio Lula da Silva, em discurso recente criticou Dilma por ter feito desonerações que favoreceram empresários, enquanto promovia um ajuste fiscal que puniu os menos favorecidos.
                        Por sua vez, a Presidente afastada diz que cabe ao PT e não a ela, explicar as denúncias de Caixa Dois em sua campanha.
Lula busca reconstruir sua imagem: o Ex-Presidente tem viajado pelo país, notadamente o Nordeste, tentando recuperar a popularidade perdida.  Nos locais, não mais encontra o afluxo de público que por ele esperava em qualquer de suas viagems àquelas localidades em que grande, enorme mesmo, era a sua popularidade.  Agora, o esperam espaços vazios, e um público ralo, as mais das vezes falto do antigo ativismo e entusiasmo. 
Perseguem a Lula de novo problemas na garganta, que decorrem de seu excessivo discursar. Mas o fundador do PT não parece desanimar, mesmo diante de baixos índices de popularidade...


(Fontes:  O  Globo, Elio Gaspari (O STF quer transparência para os outros

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