sexta-feira, 22 de julho de 2016

Dobre pela Democracia Turca

                           

          Para Recip Erdogan a tentativa de quartelada lhe serviu à maravilha. Basta observar a cínica manipulação do movimento desorganizado e ineficaz que nunca ameaçou o governo do presidente turco.
         Com a reação au  toritária, o presidente turco, além de dar as costas a qualquer aparência de democracia, realiza verdade razzia de todos os seus opositores - reais ou imaginários - fazendo expurgos no exército, no judiciário e na intelectualidade.
         Regurgitam de suspeitos - reais ou imaginários - as cadeias naquele país.  O pesado silêncio da ditadura recai sobre o país. Voz só a possuem os áulicos do ditador, que tem sede de sangue, como se espalhá-lo reduzirá seus adversários à paralísia do medo e do terror.
        Sob o bater dos tambores, o Congresso, agachado, concorda em que Erdogan enfeixe todos os poderes, inclusive o legislativo.
        Desgarrado de antigos propósitos, ele vê inimigos por toda a parte, e quer conduzi-los todos aos calabouços da Turquia. O seu ódio privilegia o adversário no estrangeiro, a quem atribui a responsabilidade da tentativa de sedição.
         A paranóia costuma ser a alcoviteira dos tiranos, pois eles costumam presumir grandes forças e grandes responsabilidades,  mesmo diante de esturricados, medíocres indícios de poder  muito da Taprobama dos exilados como o clérigo Ferhat Guillen que mesmo à grande distância se creditam capacidades inauditas na produção de maldades e de conspiratas.
          O retrocesso que o sanhudo ditador inflige àquele país se é tristemente previsível, mais o será o mal e o atraso que ele trará não só à liberdade, mas também à cultura e a qualidade de vida naquela terra que se através dos séculos e em todas as idades já tocou alturas em espírito e qualidade existencial,  também vegetou em eras terríveis no que tange à longa noite da tirania, que vive mais a gosto nos braços da torpeza e da corrupção, pois estas últimas criaturas sóem ser aquelas que mais se arreganham na palude da cultura e de tudo aquilo que dignifica o homem.

           Cem anos em outra terra pode ser o cântico dos áulicos do mando, que há de soar mais forte, quanto mais cresça o braço hirsuto do poder absoluto.  Terá como companheiros o atraso, a ignorância e a pobreza, pois os palácios da riqueza serão para os súditos do déspota - e o quanto dure será sempre pouco e atribulado, porque na companhia  do temor e da certeza no descalabro final.

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