quarta-feira, 17 de maio de 2017

Venezuela: a revolta não esmorece

                         

          Dado o desgoverno de Nicolás Maduro, não surpreende que a sublevação popular não diminua. Ao contrário do levante anterior, que já dava a essa altura sinais de debilidade,  há outra marca macabra da força dos atuais protestos.
           Com efeito, em mês e meio de protestos populares, registra-se o mesmo número que a onda de manifestações em 2014 produziu. São 43 mortos, e as últimas duas baixas à bala.     
            A chamada guarimba - denominação pelo governo chavista das barricadas e dos atos violentos dos adversários  deixou três vítimas no corrente ano de 2017.
             Também os saques do comércio se tornaram mais comuns, o que é consequência direta da enorme escassez de alimentos e remédios na Vene-zuela. Dessarte, foi em invasão de  uma padaria, no bairro de El Valle, em Caracas, que se registrou o maior número de óbitos: três baleados e nove eletrocutados na madrugada de 21 de abril.
              Da vez anterior, em mês e meio, as manifestações de 2014 começaram a perder força, recuperando o controle o governo.
              Em 2017, Maduro reforçou a emergência econômica (decretada em 2015). Supostamente, Maduro tenta resolver o problema do desabaste-. cimento.  Como esse problema não é artificial e surgiu em função do descontrole  econômico-financeiro -  com colaboração bastante substancial da administração chavista - parece pouco provável  que  o incompetente governo Maduro  possa criar condições para qualquer melhora substancial.
                Como referido, de resto, na última análise da situação econômico-financeira a seriedade do problema é enorme e não será resolvida com mudanças superficiais.


( Fonte:  Folha de S. Paulo ) 

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