quinta-feira, 25 de maio de 2017

Declaração do PGR Rodrigo Janot




       A Folha de S. Paulo de hoje, 24 de maio de 2017, publica à página 7, sob o seguinte título: "Governo encurralado - País seria mais lesado sem acordo com a JBS, diz Janot", e como subtítulo:"Procurador-geral da República sai em defesa da negociação com empresa" , a seguinte matéria,  precedida de observação do jornal em negrita: "Janot tem sido alvo de críticas, em especial de Temer, pelo fato de Joesley e demais da JBS estarem em liberdade".  
       Abaixo segue a matéria em apreço, com as informações prestadas pela Folha, assim como parte do artigo do Procurador-Geral da República: "Em sua primeira manifestação desde a abertura de investigação do presidente Michel Temer(PMDB), o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, defendeu a decisão de firmar acordo de delação premiada com os irmãos Wesley e Joesley Batista.
        A declaração aparece em artigo publicado nesta terça-feira (23) pelo UOL, empresa controlada pelo Grupo Folha, que edita a Folha.
         Os empresários da JBS entregaram aos procuradores uma gravação de uma conversa com Temer ocorrida em março. No encontro, que não consta na agenda do presidente, Joesley afirma que tem  um plano para destituir um procurador da Lava Jato que investigava a JBS e que estava "dando conta" de dois juízes.
        No inquérito aberto a partir do acordo de delação, a PGR apontou indícios de três crimes supostamente cometidos pelo presidente: obstrução de Justiça, corrupção passiva e organização criminosa.
         Também são investigados no mesmo inquérito o senador Aécio Neves (PSDB) e o deputado Rodrigo  Rocha Loures (PMDB), próximos de Temer.
          "[Os irmãos Batista] apresentaram gravações de conversas com o presidente da República, em uma das quais se narravam diversos crimes supostamente destinados a turbar as investigações da Lava Jato", afirma Janot no artigo, além de citar "informações concretas sobre contas bancárias no exterior e pagamento de propinas envolvendo quase duas mil figuras políticas".
          "Mesmo diante de tais revelações, o foco do debate foi surpreendentemente deturpado". "Até onde o país estaria disposto a ceder para investigar a razão pela qual o presidente da República recebe, às onze da noite, fora da agenda oficial, em sua residência, uma pessoa investigada por vários crimes, para com ela travar diálogo nada republicano?", diz Janot.
            O artigo foi escrito após a Procuradoria ser criticada pelos benefícios concedidos aos irmãos  no acordo de delação, em especial se comparado a outros, como o da Odebrecht.
            Em pronunciamento, Temer afirmou que os donos da empresa JBS haviam cometido o "crime perfeito". "O autor do grampo está livre e solto, passeando pelas ruas  de Nova York", afirmou o presidente em seu pronunciamento na tarde deste sábado (20).
            No artigo, o procurador-geral afirma que os benefícios dados aos delatores "é ponto secundário do problema". "A alternativa teria sido muito mais lesiva aos interesses do país, pois jamais saberíamos dos crimes que continuariam a prejudicar os honrados cidadãos brasileiros", diz.
             Como procurador-geral da República, não tive outra alternativa senão conceder o benefício da imunidade penal aos colaboradores". Ele justifica com a "gravidade" dos fatos e "provas  consistentes" apresentadas pela JBS.
             Janot também ressaltou que o acordo prevê o pagamento de uma multa de R$ 11 bilhões e diz que a colaboração é "muito maior que os áudios questionados".

              Os R$ ll bilhões citados pelo procurador-geral se referem ao valor sugerido pelo Ministério Público Federal para o fechamento de um acordo de leniência. A empresa, porém, rejeitou esse valor e, vencido o prazo, uma nova negociação foi aberta. O acordo é fundamental para que o grupo siga habilitado a conseguir empréstimos e contratos com o governo."


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