A Folha de S. Paulo de hoje, 24 de
maio de 2017, publica à
página 7, sob o seguinte título: "Governo encurralado - País seria mais
lesado sem acordo com a JBS, diz Janot", e como subtítulo:"Procurador-geral
da República sai em defesa da negociação com empresa" , a seguinte
matéria, precedida de observação do jornal em negrita: "Janot tem
sido alvo de críticas, em especial de Temer, pelo fato de Joesley e demais da
JBS estarem em liberdade".
Abaixo segue a matéria em apreço, com as informações prestadas pela Folha,
assim como parte do artigo do Procurador-Geral da República: "Em sua
primeira manifestação desde a abertura de investigação do presidente Michel
Temer(PMDB), o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, defendeu a decisão
de firmar acordo de delação premiada com os irmãos Wesley e Joesley Batista.
A declaração aparece em artigo publicado nesta terça-feira (23) pelo UOL,
empresa controlada pelo Grupo Folha, que edita a Folha.
Os empresários da JBS entregaram aos procuradores uma gravação de
uma conversa com Temer ocorrida em março. No encontro, que não consta na agenda
do presidente, Joesley afirma que tem um plano para destituir um
procurador da Lava Jato que investigava a JBS e que estava "dando
conta" de dois juízes.
No inquérito aberto a partir do acordo de delação, a PGR apontou indícios de
três crimes supostamente cometidos pelo presidente: obstrução de Justiça,
corrupção passiva e organização criminosa.
Também são investigados no mesmo inquérito o senador Aécio Neves
(PSDB) e o deputado Rodrigo Rocha Loures (PMDB), próximos de Temer.
"[Os irmãos Batista] apresentaram gravações de conversas com o presidente
da República, em uma das quais se narravam diversos crimes supostamente
destinados a turbar as investigações da Lava Jato", afirma Janot no
artigo, além de citar "informações concretas sobre contas bancárias no
exterior e pagamento de propinas envolvendo quase duas mil figuras
políticas".
"Mesmo diante de
tais revelações, o foco do debate foi surpreendentemente deturpado".
"Até onde o país estaria disposto a ceder para investigar a razão pela
qual o presidente da República recebe, às onze da noite, fora da agenda oficial,
em sua residência, uma pessoa investigada por vários crimes, para com ela
travar diálogo nada republicano?", diz Janot.
O artigo foi escrito após a Procuradoria ser criticada pelos benefícios
concedidos aos irmãos no acordo de delação, em especial se comparado a
outros, como o da Odebrecht.
Em pronunciamento, Temer afirmou que os donos da empresa JBS haviam cometido o
"crime perfeito". "O autor do grampo está livre e solto,
passeando pelas ruas de Nova York", afirmou o presidente em seu
pronunciamento na tarde deste sábado (20).
No artigo, o procurador-geral afirma que os benefícios dados aos delatores
"é ponto secundário do problema". "A alternativa teria sido
muito mais lesiva aos interesses do país, pois jamais saberíamos dos crimes que
continuariam a prejudicar os honrados cidadãos brasileiros", diz.
Como procurador-geral da República, não tive outra alternativa senão conceder o
benefício da imunidade penal aos colaboradores". Ele justifica com a
"gravidade" dos fatos e "provas consistentes"
apresentadas pela JBS.
Janot também ressaltou que o acordo prevê o pagamento de uma multa de R$ 11
bilhões e diz que a colaboração é "muito maior que os áudios
questionados".
Os R$ ll bilhões citados pelo procurador-geral se referem ao valor sugerido
pelo Ministério Público Federal para o fechamento de um acordo de leniência. A
empresa, porém, rejeitou esse valor e, vencido o prazo, uma nova negociação foi
aberta. O acordo é fundamental para que o grupo siga habilitado a conseguir
empréstimos e contratos com o governo."
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