Mr Trump aparenta sinais de nervosismo,
nos últimos dias, após a inopinada exoneração de Mr James Comey. A parecença
com Watergate irrompe com irresistivel obviedade. Parece difícil explicar a irritação
presidencial - e as ameaças contra o ex-diretor do FBI e acerca do possível cancelamento
dos 'briefings' na Casa Branca, uma tradição mantidas por muitos presidentes.
A motivação da exoneração do diretor
do FBI como se fosse devida ao tratamento dado por Comey aos e-mails da candidata Hillary Clinton
chega a ser absurdo, pelo tempo transcorrido, e pela total indiferença até agora evidenciada
pela nova Administração às lambanças de Mr Comey, que até dias atrás lhes
tinham sido de comprovada utilidade.
Agora Trump ameaça com retaliações a
possíveis, mas pouco prováveis gravações feitas pelo FBI.
De onde vem o receio presidencial? De
ser levado de roldão com uma investigação pra valer do FBI acerca da influência
russa nas últimas eleições?
Quem não deve, não teme, reza o ditado.
Por que Trump está tão agitado? Não serão, decerto, as comparações com o seu
distante antecessor Richard M. Nixon, colhido ao final pela engrenagem de
Watergate?
Quer queira, quer não, o comportamento
presidencial se marcou por tamanha overreaction
(hiper-reação) que, ao invés de apagar as chamas da suspicácia, tal atitude
só leva a trazer de volta o tempo cinzento que rondou o episódio do
arrombamento de Watergate, com a prolongada descida para os infernos de seu
longínquo predecessor republicano, cujos truques de pouco lhe valeram para
escapar das malhas da Lei.
E então Mr Trump, porque a intenção de
James Comey de investigar no que tange à
notória intervenção russa nas últimas eleições lhe põe tão nervoso a ponto de
demitir ex abrupto o irrequieto diretor do FBI?
( Fonte: The New York Times
)
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