quinta-feira, 18 de maio de 2017

Conselheiro Especial para Trump

             

      Sob pressão democrata e até de alguns republicanos, o Vice-Procurador Geral, Rod J. Rosenstein, teve de nomear Robert S. Mueller III, antigo diretor do FBI, com invejável ficha de serviço, como Conselheiro Especial para supervisionar a investigação dos laços entre a campanha do Presidente Trump e os principais funcionários russos lotados em Washington.        
        Diante da sucessão de erros de Donald Trump,  cresce agora e de forma dramática, o que se acha em jogo na presidência Trump. Na verdade, ao mal completar quatro meses, há enorme pedra no caminho do 45º presidente, que o desafia seja para encerrar melancolicamente o seu único mandato, ou mesmo ver-se às voltas com o impeachment.
        Não é decerto pouca coisa que o presidente Donald Trump se descubra de repente tendo na sua asa a maior autoridade em termos promotoriais, que é Robert Mueller. Se formalmente Trump e Rosenstein teriam autori-dade sobre ele,  Trump no seu curto exercício da presidência já está por de-mais desgastado para permitir-se um choque frontal com o Conselheiro especial.   
         Ao ser informado somente depois de que o Vice-Procurador Geral Rosenstein assinara a ordem de serviço, quando adentrou  no gabinete oval,  o Conselheiro da Casa Branca, Donald F. McGahn II, por volta de cinco e meia da tarde. Segundo consta, Trump mostrou-se calmo, embora contes-tasse a princípio a medida, contra a qual se disse disposto a 'lutar'.  Reunido em seguida com o seu estado-maior, a maioria do qual favoreceu postura conciliatória, excetuado o genro, Jared Kushner, que foi a favor do contra-ataque. 
            Ao cabo, prevaleceu o bom senso da maioria. Formalmente, a maté-ria fica sob a competência de Rosenstein (Jeff Sessions, que é procurador-geral se declarou sob suspeita).
             Restam poucas dúvidas de quem realmente terá competência nesta questão. Além de ter sido elogiado por democratas e republicanos no Capi-tólio, o Senador Ben Sasse, republicano de Nebraska, afirmou que "a ficha, o caráter e a confiabilidade de Mr Mueller tem sido louvada por décadas, tanto pelos republicanos, quanto democratas".
              Por fim, Mueller é conhecido pelo estilo severo e exigente de dire-ção.  Além disso, salvou o FBI de ser dividido. Assumindo logo depois dos ataques de onze de setembro - quando havia quem desejasse partir o FBI, criando uma agência nacional de inteligência - através do próprio empenho,  deu  para o Bureau uma nova imagem.   
         

(Fonte:  The New York Times)

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