Os jornais regurgitam
com informações negativas sobre o
Presidente Donald Trump. E quando se assinala a imprensa, reporto-me
àqueles de maior peso, como o New York
Times e o Washington Post.
Já a sua vitória sobre a candidata
democrata levantou não poucas dúvidas sobre a estranha maneira com que se
construíra.
Se não é prudente determinar-lhe um
causador mor, não há dúvida que boa parte recai sobre o ex-Diretor do FBI, Mr
James B. Comey. Não creio que tal se deva à má-fé. De sua parte, houve
excessivo desejo de protagonismo, o que se refletiu, sobretudo, na sua
desatenção às sábias admonições dos regulamentos do Departamento de Justiça de
observar muita cautela em levantar questões políticas na hora da eleição.
Tampouco creio que Comey tenha agido de
caso pensado, mas de qualquer forma não evidenciou a prudência indispensável
que deveria ter observado. Os efeitos de sua excessiva desenvoltura estão aí
para ver. De qualquer forma, o mal está feito e quem saíu ganhando mostra a
cada dia o quão despreparado está para ocupar a Casa Branca.
Quando os mares ficam revoltos para o
Presidente, o pensamento de Washington tende a olhar mais para o Vice. Mike Pence é republicano
discreto, como manda o figurino. As extravaganças ficam por conta do atual
titular, que delas tem abusado sobremaneira.
O que mais ameaça a Trump são as suas
leviandades como, v.g., partilhar
segredos de estado com o Ministro russo do Exterior, Sergei Lavrov, assim como
o embaixador russo em Washington, Sergei Kislyak. Se combinou ou não com os
russos (no sentido da frase imortal de Garrincha) é outra estória, mas preocupa
ver o quão exultantes estão na foto os altos funcionários de Putin.
Mas não param aí os sinais de alerta.
Pede a Comey - a quem demitiria pouco depois - que encerre apuração contra o
efêmero Conselheiro de Segurança Nacional, Michael Flynn.
Talvez o pior com Trump seja a
sensação de insegurança que transmite semana após semana. E a movimentação no
Congresso já não se limita à Oposição, que não controla nem o Senado, nem muito
menos a Câmara de Representantes (esta última por causas bem conhecidas, como
já nos explicou a grande jornalista política Elizabeth Drew). Na Câmara
baixa, Jason Chaffetz, que é o chairman da Comissão de Supervisão e
Reforma governamental, já indica vontade de abrir audiências sobre questões
ligadas a Trump e os russos.
Trump, mal inicia o mandato, já
reponta como possível foco de investigações. É verdade que o GOP tem maioria nas duas Câmaras, mas a
falta de confiança em Trump como gestor, e, em particular, no que tange ao
vertente russo, cresce a cada dia, como testemunha a grande imprensa.
Entrementes, o Vice Mike
Pence dispõe de discrição para dar e vender. A fortiori, quando um Vice comece a ser observado com atenção e é
mencionado amiúde pela grande imprensa e a mídia, tal não é nada bom para o
Presidente. Que o diga Richard Nixon.
( Fontes: The New York
Times, Washington Post )
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