Talvez o processo eleitoral francês se
haja desfeito demasiado rápido para que a sociedade pudesse absorvê-lo.
A queda dos grandes partidos - o Socialista e
o Gaullista, aquele de esquerda moderada e este de direita e centro - pode ser
passageira, mas terá efeito determinante nesta eleição.
Há um perigoso aut-aut nesta eleição, como se possa comparar-se Marine Le Pen e o
efeito que uma possível vitória de quem rejeita a União Européia e o euro, além
de toda a carga da ultra-direita fascistóide, com o candidato do centro
Emmanuel Macron, que é um democrata, embora não pareça ter personalidade muito
forte.
Espanta e muito que inúmeros eleitores
dêem de ombros diante da necessidade de apoiá-lo contra o flagelo que seria um governo da filha de Le Pen, tanto fora do tempo, quanto do compasso,
O candidato do centro - por despreparo ou
erro crasso - se mostrara a princípio demasiado confiante na vitória, o que decerto não está
no manual de político experiente.
A fragmentação política na França - e
as consequências decorrentes - explicam a postura do candidato da
ultra-esquerda (que deveria ser o oposto de Le Pen), e, no entanto, Jean Luc
Melenchon, que obteve 19,5% dos votos, preferiu uma postura de Pilatos entre o
centro e a extrema-direita, ao não declarar seu voto a favor de Macron.
As últimas pesquisas dariam margem
considerável ao moderado Macron, contra a ultra-direitista Le Pen (sessenta a
quarenta por cento).
(
Fonte: O Globo )
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