Dentro dos movimentos e
contramovimentos relacionados com a audiência de amanhã, em Curitiba, da
testemunha Luiz Inácio Lula da Silva
com o Juiz Sérgio Moro, os advogados
do ex-presidente recorreram ao Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4),
pedindo que a ação penal seja suspensa por noventa dias.
De acordo com o pedido da defesa -
integrada pelos advogados Cristiano Zanin
Martins e Roberto Teixeira - se encarece "seja concedido prazo
razoável para a análise dos documentos, além da apresentação da íntegra da
relação antes requerida e deferida pelo Juízo". Segundo o pedido da defesa, o prazo maior seria necessário
para que os advogados possam analisar os 5,42 gigabytes - equivalentes a cem
mil páginas - de documentos que a Petrobrás anexou aos autos do processo no
qual Lula é réu por corrupção e lavagem de dinheiro.
Ainda consoante o requerimento dos
dois advogados acima citados, os documentos da Petrobrás foram solicitados
desde dez de outubro de 2016, mas "foram levados - em parte - ao processo
somente nos dias 28 de abril e 2 de maio de 2017, por meio digital". Nesse
contexto, os advogados Zanin Martins e Roberto Teixeira citam decisão recente
do ministro Gilmar Mendes, do STF, que no dia 26 de abril suspendeu depoimento
do Senador Aécio Neves (PSDB-MG), para que a defesa de Aécio pudesse ter acesso
aos autos.
Interpreta-se o pedido de suspensão
do processo como parte da guerra de nervos travada entre Lula e seus aliados,
de uma parte, e o Juiz Sérgio Mouro, de outra, às vésperas da oitiva. Ainda
ontem, o juiz federal negou pedido da defesa de Lula para gravar em vídeo o
encontro.
Moro argumentou que o escopo de
Lula e seus advogados não é fazer uso processual das imagens, mas usar as
gravações com objetivos políticos. "Não se ignora que o acusado Luiz
Inácio Lula da Silva e sua defesa pretendem transformar um ato normal do
processo penal, o interrogatório, oportunidade que o acusado tem para se
defender, em um evento político-partidário, tendo, por exemplo, convocado
militantes partidários para manifestações de apoio ao ex-presidente na referida
data e nessa cidade, como se algo além do interrogatório fosse acontecer,"
afirma o Juiz Sérgio Moro.
Por outro lado, a agenda do
ex-presidente na capital paranaense vem sendo tratada como se fosse segredo de
Estado. A assessoria de Lula não divulga
horário de voo nem onde o petista vá hospedar-se em Curitiba, alegando motivos
de segurança.
Era esperada pelos petistas a
presença de Lula na reunião da Executiva Nacional do Partido, hoje, a
realizar-se na capital paranaense. O
ex-Presidente, no entanto, não vai participar de nenhum dos atos em sua defesa
marcados por apoiadores, nos próximos dois dias.
Tudo fica, portanto, pendente da
grande audiência em que o Juiz Moro fará as perguntas e o Réu, Lula da Silva, deverá ou não respondê-las.
(
Fonte: O Estado de S. Paulo )
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