terça-feira, 2 de maio de 2017

O que a ladroagem fez do Rio

                             

         A roubalheira promovida pelo casal Sérgio Cabral e Adriana Ancelmo (ele preso, ela em prisão domiciliar), e a claudicante administração do governador Pezão têm muito a dizer sobre a atual situação do Rio de Janeiro, antes Cidade Maravilhosa.
         O Globo em manchete de domingo nos fala que a violência no Rio de Janeiro volta ao nível anterior às UPPs.  Não se precisa ir muito longe para notar que a influência positiva da UPP - e dos assim chamados programas de pacificação - é coisa do passado.
        Tive motivos para notar da dramática diferença entre a favela do Pavão - Pavãozinho de uns poucos anos atrás e da situação de agora.
        Com a implantação da UPP nessa favela, houve enorme decréscimo na 'atividade' do tráfico naquelas áreas, o que deu aos moradores do asfalto a elas próximos uma sensação de volta a tempos passados, em que a bandidagem não incomodava e o comércio prosperava. Como sinal evidente, a parada quase completa dos tiroteios, com a impressão da antiga ordem e de um convívio social normal.
         Esta progressão se refletiria em toda a área da Sá Ferreira e do entorno do Posto Cinco.
         Sem embargo, seria bom enquanto durou, pois a sonhada paz se estendeu por muito pouco, dando aos residentes desse recanto de Copacabana, demasiado próximo ao Pavão-Pavãozinho  uma sensação enganosa de paz e serenidade (aquela de que desfrutam os arrabaldes normais) que não perduraria por tempo mais longo. Voltaram à Saint Romain os tiroteios, assim como à Sá Ferreira que costeia as faldas do morro, onde tornaram a movimentar-se com a antiga sanha os bandos e as quadrilhas que de novo respiravam o desafogo que lhe proporcionava o recuo na luta contra o tráfico, eis que a PM e as suas UPPs sofriam pelo corte nas dotações da segurança.
            Como se vê, tudo era artificial - toda aquela breve euforia de afinal poder levar vida normal, livre dos tiros e das balas que vinham do morro e que tornam impossíveis as primícias de uma vida serena, tranquila.
             Voltava o inferno da falta de segurança, do domínio de tráfico que volta a cantar de galo com a  PM de novo sem o suficiente efetivo e o que é pior, desmoralizada e incapaz de cumprir com o próprio dever de impor a segurança ao chamado tráfico.
             Os otimistas pensaram que fosse fenômeno passageiro, relativo apenas àquela parte de Copacabana.
             Ledo engano! O fenômeno é geral, como os cariocas hoje o experimentam a cada dia.
              E se formos fazer as contas, quanto não se poderá atribuir à ladroagem do ex-governador Sérgio Cabral, a que se associara, de muito bom grado, a sua jovem esposa  Adriana Ancelmo, a que a Justiça dos desembargadores, condoída, pôs logo em prisão domiciliar.
             Por quê este tratamento ?  Ela que se servia das propinas para as respectivas finanças, não é também cúmplice de uma triste roubalheira, que tanto afetou as finanças do Rio de Janeiro, e, por conseguinte, a segurança da gente honesta que aqui vive?


( Fonte:  O Globo on-line )

Nenhum comentário: