Depois da súbita exoneração pelo
Presidente Trump do Diretor do FBI, James B. Comey, os ares de crise voltaram a
Washington.
A motivação dessa demissão continua a
criar perplexidade. Depois que o deputado Devin Nunes inviabilizara pelas suas trapalhadas
a presença da Câmara de Representantes no exame da influência russa sobre a
campanha presidencial, a incumbência foi
parar com o discreto Senador republicano Richard Burr, que preside o Comitê
sobre Inteligência.
Por enquanto, não há muito o que dizer
sobre a participação desse Comitê e do próprio Senador Burr na matéria. Conhecido
pela sua ultra-discrição - e dada a resistência republicana a nomear promotor
especial sobre a matéria - a posição da imprensa é compreensível diante da
falta de notícias que decorre do silêncio e dos extremos cuidados de Senador
do GOP que não quer sacudir o barco
da Administração Trump.
Nesse quadro, o próprio Presidente fala sobre possíveis
gravações de telefonemas entre ele e o ex-Diretor do FBI, James B. Comey, que
teria caído por pedir mais fundos de seus superiores republicanos no Departamento de Justiça, a fim de realizar investigação séria acerca
das tentativas russas de interferir com a última eleição presidencial
americana.
Com um político ultracuidadoso como Burr,
da Carolina do Norte, se acompanha com um algum ceticismo a atividade do Comitê
de Inteligência até agora sobre a questão.
Como se sente um Senador republicano
que, de repente, está sentado sobre assunto que pode ter impensáveis repercussões
sobre a atual Administração ?
Parece que a atmosfera vizinha da crise
é o ambiente próprio ao Governo de Donald Trump. Que o discretíssimo Senador da Carolina do
Norte cuide do assunto pode ser um tanto exasperante para a imprensa. Não se
pode descontar que, no capítulo, eventual deslize verbal do 45º presidente
forneça à atenta imprensa elementos que
ela ansiosamente espera, no atual deserto de informações.
De toda forma, no capítulo, a discrição
de Mr Burr, se pode fornecer muitos comentários irrelevantes, não parece
consentânea a jogar bocados que possam satisfazer à fome de notícias dos correspondentes, a quem
só saciam os suculentos pedaços de matérias comprometedoras.
( Fonte: The New York Times )
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