sexta-feira, 5 de maio de 2017

Dilma tinha e-mail secreto ?

                                 

       Monica Moura, a esposa do marqueteiro João Santana, declarou, em um de seus depoimentos de delação premiada,  que ela e o marido usavam um e-mail com nomes fictícios para conversar com a ex-presidente Dilma Rousseff. Em uma das mensagens, a ex-presidente teria informado ao casal que as investigações da Operação Lava-Jato estavam avançando na direção deles.
        Como é conhecido, Santana coordenou o marketing das duas campanhas eleitorais da ex-presidente. O marqueteiro e a mulher são acusados de receber dinheiro de caixa 2 da Odebrecht como pagamento por  parte dos serviços prestados à campanha da ex-presidente em 2014.
         As informações sobre o conteúdo da delação de Mônica foram divulgadas pela Globo-News e confirmadas pelo jornal Globo com uma fonte que conhece o caso de perto. Segundo a empresária, ela, João Santana e Dilma usavam uma conta de e-mail com senha comum aos três para se comunicarem. Para evitar vazamento ou rastreamento, as mensagens eram escritas, mas não enviadas. Bastava a uma das partes acessar a conta, ler e depois apagar  o rascunho. As mensagens teriam conteúdo cifrado para despistar eventuais investigações.
            Em uma das mensagens, Dilma teria escrito que "seu amigo estava doente, em estado quase terminal, e que a mulher que sempre cuidou dele também estava doente."
            O casal teria interpretado a mensagem como um aviso de que a Lava-Jato estava se aproximando deles.  O uso de e-mail com senha comum, sem o envio de mensagens, não constitui crime, segundo um dos investigadores da Lava-Jato.
             Caberá então ao Ministério Público Federal analisar o conteúdo das mensagens, caso sejam recuperadas,  para decidir se é o caso de abrir ou não investigação contra a ex-presidente.
            As delações de Mônica Moura e de João Santana foram homologadas pelo Ministro Edson Fachin, do STF. Procurada pelo Globo, a ex-presidente respondeu com uma nota já divulgada depois dos depoimentos  do casal ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
                "Tudo indica que o casal, por força de sua prisão por um longo período, tenha sido induzido a delatar fatos inexistentes, com o objetivo de ganhar sua liberdade e de atenuar as penas impostas por uma eventual condenação futura", diz o texto enviado pela equipe da ex-presidenta.
                   Nessa nota,Dilma nega que tenha negociado contribuições para campanhas eleitorais.  A ex-presidente também rebateu a confissão do casal, que diz ter recebido parte dos pagamentos prestados à campanha de  2014 a partir do caixa 2 da Odebrecht.  A ex-presidente argumenta que o casal recebeu R$ 70 milhões e que os pagamentos foram devidamente declarados à Justiça Eleitoral.


( Fonte:  O  Globo )

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