Sally Yates, democrata, exercera as funções de
Procuradora-Geral interina, durante curtíssimo período e foi demitida por recusar-se a cumprir a
ordem do Presidente Trump de não
admitir a entrada de imigrantes muçulmanos.
Como se sabe, essa saraivada de decretos mal-fundamentados foi posteriormente
derrubada por uma série de juízes federais, para honra dos Estados Unidos.
A convocação de Sally Yates ao
Senado Federal se deveu sobretudo a questões de segurança nacional levantadas
pela nomeação por Trump de Michael T. Flynn.
Elegante e articulada, Sally Yates não
tergiversou nas suas respostas à Comissão.
Ciente a respeito de importante
questão de segurança nacional, Ms. Yates não tergiversou, por saber que o
assessor de segurança nacional, Michael T. Flynn, mentira para o
Vice-Presidente acerca dos seus contatos com agentes russos. O silêncio de
Flynn nessa matéria em geral criava para Moscou a oportunidade de chantageá-lo
no futuro, o que não era do óbvio interesse da nova Administração. O próprio Presidente Obama alertara a seu sucessor
sobre a inconveniência de designar
Michael T. Flynn para o posto.
Sem embargo, a despeito de sua
mentira ao Vice, e a respectiva suscetibilidade à chantagem, ambas de pleno
conhecimento de parte do Presidente Donald Trump, Flynn continuaria no seu relevante posto por
mais dezoito dias, com o que concordou Ms. Yates quanto ao que essa preocupante
demora significa em termos de segurança nacional.
Essa falha da nova Administração - sublinhada
por Ms. Yates - também foi corroborada por Mr. James R. Clapper Jr., ex-diretor
da agência nacional de informações (intelligence).
Como disse Ms. Yates, os serviços estrangeiros de inteligência estão sempre à
cata de meios de obter informações delicadas de funcionários do país junto ao
qual atuam. Assim, se Flynn mentia para os seus chefes em matéria de contatos
com agentes russos, e se estes viessem a sabê-lo, tal seria usado contra ele,
no que os russos repetiriam o que antes faziam os soviéticos.
( Fonte: The New York Times )
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