terça-feira, 20 de novembro de 2018

Netanyahu ganha fôlego


                              
          Não é de hoje que se fala sobre a capacidade de sobrevivência política de Bibi Netanyahu.
            
          Quase formada a crise governamental, o primeiro ministro israelense ganhou sobrevida política no cargo quando o segundo principal partido em sua coalizão recuou da ameaça de deixar o governo, o que levaria a eleições antecipadas.
              Contrariando expectativas, o líder do partido nacionalista religioso Lar Judaico, Naftali Bennett, mudou de opinião e disse esperar que a linha adotada por  Netanyahu a partir de agora seja mais à direita (sic).
               "Se o primeiro ministro é sério em suas intenções - e quero acreditar em suas palavras de ontem à noite (domingo) - deixaremos de lado todas nossas exigências políticas no momento e o ajudaremos na missão imensa de fazer Israel ganhar de novo", declarou Bennett.
                 Esse partido nacionalista condicionara sua permanência na coalizão à concessão do Ministério da Defesa a Bennett, que hoje ocupa a pasta da Educação.
                  Como se sabe, a gestão da Defesa está vaga desde a semana passada, quando Avigdor Lieberman deixou o cargo e retirou seu partido, o Yisrael Beitenu, da coalizão governista após Netanyahu concordar em estabelecer trégua com o grupo Hamas, que, como se sabe, controla a Faixa de Gaza. Assinale-se que a saída de Lieberman da coalizão deixara o Primeiro Ministro com maioria apertada no Knesset (Bibi tem 61 assentos em 120).

                   A crise de Gaza de certa forma provocara a saída de Lieberman, a ponto que o Hamas comemorara essa saída do governo como "uma vitória política para Gaza."
                      O blog tem acompanhado a escalada da violência em Gaza. Nesse sentido, grupos armados palestinos lançaram mais de quatrocentos foguetes e granadas de morteiro sobre Israel, no que provocaram revide do exército israelense, que bombardeou  posições no território e matou pelo menos a quinze palestinos.

                        A situação do Primeiro Ministro se complicara na sexta-feira, quando Bennett exigiu ser ele nomeado Ministro da Defesa, como preço de continuar na coalizão. Netanyahu negou o pedido: "eu sou o ministro da Defesa e continuarei sendo.   Sem o referido partido religioso - o Lar Judaico - a coalizão de Bibi teria apenas dois partidos e 53 deputados.
                           Consoante observadores políticos, o Primeiro Ministro quer evitar eleições antes do fim do ano para impedir que o Procurador-Geral Avichai Mendelblit decida se apressar e apresentar acusação em duas das investigações de corrupção contra Netanyahu para as quais a Polícia já apresentara o respectivo indiciamento.

                              Além disso, se as eleições forem antecipadas, o Knesset não poderá nomear o novo chefe de Polícia indicado por Netanyahu, major-general Moshe Edri. Segundo entendidos na questão, Edri seria próximo de Netanyahu e poderia impedir o prosseguimento das investigações contra ele.
                            Se o Knesset se dissolver antes que a nomeação seja realizada, o gabinete se tornará um governo de transição, que não teria a autoridade necessária para aprovar a nomeação de novos ministros...  

( Fonte: O Estado de S. Paulo)

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