sexta-feira, 23 de novembro de 2018

Mourão recomenda cautela


                        

         O general Hamilton Mourão, vice-presidente eleito, recomenda cautela com China, Mercosul e Israel.
           As opiniões do general Mourão, se comparadas com as de Bolsonaro e as de  Paulo Guedes, se afiguram mais comedidas.
            Com efeito, além da questão chinesa, Mourão defende que o Brasil mantenha diálogo com o Mercosul, antes de "derrubar" o acordo.
             Além das relações internacionais, o general diz acreditar ser necessário cautela para tratar da mudança da embaixada brasileira em Israel  para Jerusalém, pois pode transferir a "questão do terrorismo internacional" para o Brasil.
              Sempre na mesma linha da ponderação, Mourão afirmou que a privatização da área de refino da Petrobrás exigiria estudos mais aprofundados. Assinale-se que o futuro presidente da estatal, Roberto Castello Branco, mostra-se favorável à redução da presença da estatal nesse segmento.
               Foi igualmente refutada a hipótese de o Brasil passar a viver sob a tutela de militares.  "O país entrou em tal rota de falta de ética, de corrupção e má gestão, que a população se voltou para as Forças Armadas, que se mantiveram calmas em suas funções."
                Como se viu no caso da escolha do Ministro da Educação, cautela e ponderação devem vir juntas com a autoridade.  As palavras do Vice mostram conhecimento de questões que semelham desconhecidas pelo presidente-eleito.
  
                O maior contato com os conhecedores dos antecedentes - em outras palavras, os diferentes maços e arquivos governamentais - deveria ser utilizado, antes da emissão de opiniões apressadas e que não se confundem com a política dos diversos órgãos governamentais até o presente.  Ao que parece, aliás, o Presidente-eleito deveria conversar mais com o seu Vice, o general Mourão.

( Fonte: Folha de S. Paulo )

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