segunda-feira, 19 de novembro de 2018

15 anos no Topo !


                                  

       Começo a compreender quais são os verdadeiros inimigos de Nancy Pelosi.  Uma dessas pessoas, hoje designada pela redação do New York Times,  nos vem com a sua razão para que se movam céus e terras afim de que o caucus do Partido Democrata na Câmara de Representantes de repente tome consciência de jovem valor a que se deveria dar oportunidade de vir a ser a nova líder da bancada.
        Estranhas prioridades essas que, de súbito, agora que os democratas acabaram com a maioria do gerrymander que perdurou na Câmara desde o segundo biênio da Administração Obama, e que, seja dito en passant, somente nos correntes dias, surge para os azuis a real oportunidade de realizarem coisas importantes na Câmara de Representantes, por tantos anos destinada à pasmaceira das maiorias republicanas, dentro de sucessão de speakers em que uma mediocridade semelhava suceder à anterior, todas unidas,  seja na cega oposição ao presidente democrata, seja pela sua pálida presença ao lado do Senado, que para fortuna da América algum dia voltará a ser democrata.

        Ora, todos esses grandes valores, quando acaso se elegeram, jamais pensaram em reivindicar à Pelosi a árdua direção da bancada minoritária do partido de Roosevelt. Durante todos esses anos, transcorrido o brevíssimo período de maioria - em que, sob a direção de Pelosi, a Administração Obama recebera no colo as Leis da Segurança Sanitária, da Reforma dos Bancos e o Estímulo para as empresas prejudicadas pela recessão de 2008 - veio o longo estirão da maioria republicana, que somente agora se vê quebrado. Durante todo esse tempo, a líder da bancada democrata foi Nancy Pelosi, que esgrimiu nesses cinzentos anos a sua conhecida habilidade de defender os direitos dos menos favorecidos e de todo aquele vasto campo que constitui o futuro lourel para que o eleitor se recorde de o que logra uma bancada bem dirigida, ainda que minoritária.
            Tem parecido estranho deveras que transcorrido o inverno da longa oposição, a que a capacidade e a firmeza da chefe da Minoria Nancy Pelosi dera personalidade e, sobretudo, respeito perante o eleitor da capacidade democrata e de sua direção de mostrar bem alto o que pode realizar a Câmara de Representantes, que um punhado de novos representantes, açulados por quem sobretudo teme a firmeza, o conhecimento e a habilidade da tarimbada Madam Speaker venham agora, pressurosos, dizer que é tempo de a bancada democrata ser entregue a alguém das novas levas. A jogada é tão óbvia que a sua proveniência já parecerá demasiado conhecida, pois ao tentar indicar alguém sem qualquer conhecimento dos desafios que têm pela frente, atrás dessa manobra se escondem os que temem a Speaker Nancy Pelosi, pelo tino e capacidade por ela já demonstrados, e não só em árduas ocasiões, mas também na produção e aprovação de Leis memoráveis para aqueles que necessitam do aporte democrata no Trabalho, na Saúde e na afirmação dos próprios direitos, que pela astúcia do GOP tantas vezes são denegados a essa imensa grei de desvalidos que forma grande parte do eleitorado que pela sua confiança dignifica, e motiva o Partido Democrata.

            Não vamos ceder a tais manobras de última hora, que mais parecem urdidas pelo campo adversário, o qual quer valer-se da ingenuidade e da possível pressa de quem ainda não domina aos desafios da Câmara de Representantes. Não é hora de fazer o jogo  da Casa Branca e dos demais redutos republicanos. O Partido Democrata deve à América que uma de suas maiores parlamentares, e que é com razão respeitada e mesmo temida pelas hostes do GOP, possa exercer as altas funções de Madam Speaker da Casa de Representantes.

             O Povo americano, que sempre a elegeu durante esse longo inverno democrata na Câmara de Representantes, deve colher de novo a sua grande capacidade de liderança e de defesa de todos os americanos e, muito em particular, daqueles segmentos que fazem a especial honra do Partido de Roosevelt - vale dizer, dos humildes e desvalidos, dos pobres e perseguidos.

( Fonte: The New York Times )


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