domingo, 19 de fevereiro de 2017

Novas do País do Carnaval

                              

Policiamento reduzido


      No Rio Grande do Sul, onde a Polícia militar se chama Brigada Militar,  a diminuição de 20,406 para 16,567 homens, aumentou a sensação da ausência da polícia. Não é por acaso, decerto, que o Estado tem a segunda pior relação do Brasil em termos de proteção policial:  683 habitantes por brigadiano!
      A bandidagem - em que o elemento mais jovem - os de menores - tem crescido muito, em termos de plantões para o crime, sobretudo nos bairros mais afluentes. De seu lado, a ausência da polícia  facilita bastante a ação, ficando os moradores muito expostos aos seus ataques, que se caracterizam pela rapidez, ameaça de violência - muitos dos delinquentes atuam drogados - e o respeito pela vida cai bastante.
        Os roubos de carro são a tônica, e dada a inépcia dos órgãos públicos, as possibilidades de recuperação das viaturas é mínima.

        Já no Rio de Janeiro, cai cada vez mais o respeito pela vida. E, no entanto, a sua relação de proteção parece ser a melhor do Brasil (por isso é que não se pode confiar em estatísticas... 363 habitantes por policial). A PM é a segunda do Brasil, inferior apenas à de SP : o seu efetivo é 45.865 pessoas contra 77.492 em São Paulo.
         A PM, às voltas com os cofres baixos do Estado,  não tem mais a presença de antanho. Os PMs se vêem no entorno das praias, mas faltam muita vez nos grandes parques, facilitando a ação dos assaltantes.

         Parece haver diminuído os ataques à PM. O Rio, no entanto, depois do relativo fracasso da política da favela-bairro - que teve o seu ápice com a  "conquista do Alemão", no tempo da administração de Sérgio Cabral, a orientação de Mariano Beltrame,  com a sua implantação gradual nas favelas, encetada por uma favela menor, no Morro Santa Marta, em Botafogo,  estendeu-se pelo Rio afora, mas esse prolongamento infelizmente não se traduziu em maior controle da criminalidade.
         Com o avanço do programa, por falta de verbas e pela crescente exposição dos policiais militares,  o que se deparou não foi o prevalecimento da ordem na favela, mas o lento, a princípio, e a seguir mais rápido envolvimento pelo tráfico de entorpecentes das estações de UPPs. Essas estações, ao invés de controlarem a criminalidade, passaram a transformar-se em presença cada vez mais inserida dentro do ambiente da favela.

              A luta entre a ordem - representada pela PM - e o tráfico,  instalado na favela,  teve ultimamente, pela crescente fraqueza da PM e do virtual desaparecimento da esperança que as UPPs  lograssem  transformar as favelas em bairros, o que se viu foi um ressurgimento do tráfico e dos seus ataques aos PMs.  Durante o final da gestão de Mariano Beltrame, se tinha a impressão que uma vez mais o crime vencia a polícia. A chamada favela-bairro, a marca do ápice do programa patrocinado por Mariano Beltrame, está em crise séria, motivada pela ressurgência do tráfico, e das consequências resultantes, de que não são as menores os efeitos deletérios sobre as áreas da cidade que se acreditavam pudessem libertar-se do abraço maldito do crime organizado.
                Nesse quadro, com a crise da PM - que é decorrência do depauperamento do Estado, submetido muita vez a políticas predatórias que o despojam dos meios indispensáveis e que afugentam os policiais  honestos como o Chefe da PM Mariano Beltrame.
                Nesse contexto desfavorável para a lei e a ordem, não surpreende que o tráfico tenha adentrado em "política" de liquidação de Policiais militares no Rio de Janeiro.

                O pioral em termos de proteção do cidadão está no estado do Maranhão.Tem a pior relação: com um policial para cada 763 habitantes !



( Fonte:  O Globo et al.)

Um comentário:

Maria Dalila Bohrer disse...

Segurança do cidadão nas cidades. Este tem sido o slogan dos políticos, governantes e da população em geral. Com o nível de concentração de renda que o Brasil alcançou, com o desmantelamento do estado e de tudo que é público, o tráfego de drogas, junto com a própria polícia, comandam o cenário das nossas cidades. Enquanto o quadro das forças sociais não se modificar tenho muitas dúvidas se, apenas aumentando o número de policiais nas ruas, este estado de insegurança urbana poderá ser modificado.