quinta-feira, 2 de fevereiro de 2017

Morte de dona Marisa

                                  

         Dona Marisa,a quem conheci como Primeira Dama,  era pessoa simpática, discreta, sempre com um sorriso nos lábios nas recepções a que comparecia ao lado do marido, o então  Presidente Luíz Inácio Lula da Silva. Ao contrário de tantas outras, se mantinha sempre a discrição e a postura, acompanhando  o marido, costumava tratar bem as pessoas, e apesar de não perder a postura, não as afastava seja por arrogância, ou retraímento.
           Não será difícil presumir a dificuldade para ela ao ver marido e filhos envolvidos nas investigações da Lava-Jato. O desencanto com a política a tornara partidária da retirada de Lula da política ativa. Não é difícil imaginar-lhe as preocupações com os problemas judiciários da família. O seu natural discreto, no entanto, a impedia de manifestar-se publicamente contra a continuação de Lula na vida política.
           Vítima de acidente vascular cerebral (AVC), com a ruptura de um aneurisma, só não morreu no primeiro dia por ter sido prontamente atendida, de início em hospital do bairro em que a família mora em São Paulo. Transferida para o Hospital Sírio-Libanês, teve a atenção dos grandes médicos especialistas que nele atuam.
            As esperanças de que sobrevivesse sempre foram reduzidas, dada a gravidade do AVC hemorrágico que padecera. Sem embargo, o seu estado no fim do oitavo dia piorou.
             No meio da noite, o quadro foi considerado irreversível pelo cardiologista Roberto Kalil, do Sírio Libanês. Já o sangue não irrigava o cérebro, e a paciente respirava por meio de aparelhos, Então o marido Lula autorizou a reserva de órgãos para transplante.
             No dia de hoje, o ex-Presidente Lula recebeu visita de pêsames no Sírio-Libanês por seu antecessor na Presidência, Fernando Henrique Cardoso.


( Fonte: artigo de  Ricardo  Noblat, em  O Globo virtual )      

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