quarta-feira, 8 de fevereiro de 2017

A autocracia de Putin

                              

          Vladimir V. Putin, nos relembra o New York Times, está no poder desde o século passado, a princípio como Primeiro Ministro sob Boris Ieltsin, em seguida como presidente. Cedeu na aparência o poder a seu lugar-tenente Dmitriy Medvedev, que ocupou a presidência, enquanto Putin passou a Primeiro Ministro. Mais tarde, transcorrido o prazo, ele voltou à presidência, e, para 2018, já prepara a sua candidatura à reeleição.

           O principal adversário de Putin, em princípio, deverá ser Aleksei Navalny. Carismático, corajoso e bom orador, gospodin Putin deve vê-lo como ameaça, eis que um juiz russo condenou Aleksei Navalny, em Kirov, a cerca de novecentos km de Moscou. Essa questão - ou processo bastante similar - já tinha sido derrubado pela Corte Européia de Direitos Humanos.

           Dada a determinação de corte russa de repetir o procedimento, não há de surpreender que a sentença cominada contra Navalny  seja de cinco anos - tem caráter suspensivo - foi multado em quinhentos mil rublos (US$ 8,400.00), por ter-se alegadamente apropriado indevidamente  de cerca quinhentos mil dólares de madeira de uma companhia estatal.

            Tanto Navalny, quanto os seus partidários, consideram a acusação risível, sem qualquer base na verdade, e motivada politicamente. No Twitter, ele escreveu: "Putin e sua gang de ladrões têm medo de nos enfrentar em eleição. Estão certos: nós vamos ganhar."
  
           É difícil determinar como isto irá acabar. Navalny é bom orador e corajoso. Se nada lhe acontecer no caminho do Kremlin, ele pode tornar o embate interessante. No entanto, a Federação Russa não é exatamente uma democracia, e o poder de Vladimir Putin só tem feito crescer nos últimos anos. São muitas as suas possibilidades de tornar a peleja ainda mais difícil para o adversário, por mais carismático que este seja.

              A própria Hillary Clinton reconheceu isso, ao colocá-lo entre os causadores de seu tropeço eleitoral (nunca esquecendo, é claro, de Mr James Comey, do FBI, cuja atuação nada teve a ver com a dos serviços de gospodin Putin).



 ( Fontes: The New York Times;  Putin's Kleptocracy, de Karen Dawisha )          

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