segunda-feira, 13 de fevereiro de 2017

Lava-Jato em Perigo?

                    

      Que a Lava-Jato esteja em perigo, quem há-de duvidar? À luz do dia, sem mais embuços, reaparecem personagens que, antes ficavam nas sombras, e hoje, sanhudos, se atrevem a dar declarações que batem de frente com a opinião do Povo brasileiro.

    Um dos maiores defensores desta Operação do Bem, Ricardo Noblat, abre a coluna semanal com o título que vinha sendo ou insinuado, ou exclamado dos telhados da República:  Prepara-se o Fim da Lava-Jato.
       O pior não está na ousadia de afirmá-lo por cima dos telhados, é de por a vaca por sobre os terraços, junto dessas figuras patibulares de Lobão, o exterminador de Sarney, de Renan Calheiros, o do sorrisinho cínico e só um tantinho canalha, que a turma de Brasília aguenta há muito, o José do Sarney (com direito à dupla aparição), com o seu sinistro jaquetão, e o próprio longo braço que, com o apoio dos tribunais, afastou Jackson Lago, a pedido da filhinha, que desejara de volta o próprio brinquedo.

        Prepare-se nova Saint-Barthélemy? Esses rompantes e tais massacres não acontecem por acaso.  Não são as Catarinas que os lançam, mas o silêncio conivente da Corte, que se põe à sacada, para ver os condenados passarem, sob a rouca batida dos cavos tambores.
        O brasileiro - e a brasileira - já foi aos públicos largos, saindo das ruas dos Jardins, para reclamar  do aumento nas passagens de ônibus e metrô, e, mais além, para saudar quem os poderosos de turno achavam no ponto de levar um peteleco, e de repô-lo na ordem antiga, que respeitava a concessão dos habeas-corpus aos poderosos de turno. Tinha tal gente nostalgia da facilidade com que ministros de tribunal superior atendiam às marotas piscadelas do homem de jaquetão, que, com recados, desfazia ingentes operações e pacientes catas de provas contra os patifes da vez.

         A Lava-Jato representa novo degrau na política do Brasil. Traz o Povo e a sua Justiça para o entorno dos palácios e seus corredores. Não importa agora que, ao olhar para o andar de cima e respectiva sacada, só se logre visualizar carantonhas de tempos não tão longínquos, do sabe-com quem-está-falando?,  em que, com despretensioso despacho, logravam livrar-se  das piores enrascadas, por eles próprios criadas,  seja por despacho (que nada tem a ver com aqueles sérios e sentidos, do terreiro das quartas-feiras), seja até mesmo por deslavados habeas-corpus. Pois, aí está porque detestam a Lava-Jato! Essas mesuras, esse entorno de corte de privilégios ou já acabou, ou estrebucha.

            Em verdade , o Brasil não se deve prestar aos figurões e às figurinhas (vejam só como procriam os corruptos da República!  E cada vez mais repontam piores elementos, tão ou mais balofos dos que as carcomidas figuras que os geraram!).  O Brasil não é propriedade deles - que não só crescem, mas se multiplicam por todos os cantos - mas sim do Povo brasileiro, o zé-povinho, que, por ser o temido oi pollói [1] é detentor de todo o Poder!
             Não mais podemos admitir que os sorridentes corruptos - aqueles que parecem não só crescer, mas também multiplicar-se - venham a crer-se, tolos que são,  Senhores do Brasil!

              A Lava-Jato não é ilusão alguma, nem porventura sonho de verão. Ela é a aspiração - e por isso vetor - da gente honesta, dos trabalhadores, do Juiz Sérgio Moro e a legião de Procuradores e jovens Juízes, que cooperam no sonho veraz de que tal Operação não é só instante fugidio em nossa história - como anela a malta de seus detratores - mas a entrada consciente, decidida e resoluta, em uma nova Avenida, despojada de atalhos, de jeitinhos e das proteções mil, em outra Fase, por Deus! da História do Brasil,  em que corrupção e corruptos são investigados, enjuizados, e uma vez  enxotados  dos postos de mando, se pilham consignados não a enxovias, mas a cadeias dignas, sob as luzes de um grande do Iluminismo, o Marquês de Beccaria.  
             A Lava-Jato ameaça tal gente por privilegiar  a Honestidade, a Sinceridade e o Trabalho, sem as miçangas e balagandãs que sóem desvirtuar Brasília e vizinhanças.

               Não vamos entoar nênias para os carrascos da república!
               Ou  será que é justo e correto  acaso tolerar corruptos e bandidos, muitos deles ainda a pavonear-se vestidos com as alvas togas do mando, como se acima estivessem do Bem e do Mal?
               Proscrição para os Chefes e chefetes de bandidos e similares!
               E cadeia para os seus acólitos e sequazes.


( Fontes:  Homero, Catarina de Medicis,Marquês de Beccaria, Passeatas de Junho de 2013, Ricardo Noblat )



[1] Os muitos (na Antiga Grécia)

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