segunda-feira, 30 de janeiro de 2017

Técnicos do Vasco (II)

                      

         Para um time, como o Clube de Regatas Vasco da Gama, que foi campeão invicto no certamen carioca do ano passado, diz muito a fraca atuação e a derrota acachapante por 3x0 diante do Fluminense F.C..
         Impossível qualquer semelhança do atual Vasco com a grande equipe  dos anos quarenta e cinquenta (base da seleção brasileira de cinquenta,  que dirigia Flávio Costa, também técnico do CRVG) . Infelizmente, essa equipe deixou escapar o título a 16 de julho de 1950, quando o goleiro Barbosa 'aceitou' chute não muito forte do ponta Ghiggia, do Uruguai, a pouco menos de oito minutos do apito final, diante de multidão de 220 mil pessoas, a maior lotação do Maracanã em todos os tempos.
           As vezes, aos trancos e barrancos, o Vasco foi grande equipe até princípios do século XXI - quando conquistou em São Januário o título brasileiro contra o São Caetano, a surpresa do ano. Perdeu, pouco depois, em Maracanã lotado, o título mundial para o Corinthians. Nesse caso, na decisão por pênalti, Edmundo tremeu diante de Dida e não converteu. Depois, inegável decadência - já sob a presidência de Eurico Miranda, que dera o citado último título brasileiro ao CRVG - interveio, com três quedas para a Segundona, todas elas com a duração de um ano. Na primeira delas, o Vascão foi campeão, título que decerto nenhum time tem muita alegria em exibir.
             Sucedeu a Eurico o antigo jogador Roberto Dinamite. O Vasco foi concorrente sério (contra o Corinthians) para o Campeonato Brasileiro, mas a fraqueza de seu comando (no que tange à direção da CBD), em especial do presidente Dinamite, acabou permitindo que o Corinthians fosse o campeão. Pensando impressionar, Roberto Dinamite organizou espécie de exposição em que reivindicava para o Vasco o campeonato "moral". Realmente, as "injustiças" foram muitas, ajudando pontualmente ao Corinthians para manter o Vasco uns pontinhos abaixo, e assim ganhar o clube paulista o campeonato brasileiro.  De que adiantou o Dinamite realizar exposição em que se proclamava Vasco, o campeão moral do Brasileirão?  Nada...

                Mas voltemos à decadência do CRVG... Depois de vice-campeão, mais uma vez tornaria à Segundona. Jorginho, se não conseguiu salvar o Vasco nesta oportunidade, continuou como técnico . Logrou a colocação necessária para mandar o time de volta à  1ª divisão a duras penas, e como prêmio Eurico lhe deu o bilhete azul. Jorginho é bom técnico, a ponto de, quando o Vasco estava em melhor fase,  mas na série B,   chegou até a acercar-se do record estabelecido pelo Expresso da Vitória em termos de série positiva, superando, creio eu,  vinte jogos sem derrota.
                   É difícil determinar por que razão  o presidente do Clube preferiu dispensar Jorginho, que, enquanto no Vasco, fora convidado para ser técnico de vários times da primeira divisão.  Motivava esse interesse de outros clubes a alta qualidade técnica do trabalho do antigo craque da seleção, Jorginho.
                    Como já indiquei, Eurico preferiu livrar-se de Jorginho e chamou para substituí-lo a Cristóvão Borges. Esse último já atuara nessa condição no Vasco, mas nada conseguira. Agora, o Vasco inicia o campeonato carioca - qualquer semelhança com os certamens do Rio de Janeiro  do passado será mera coincidência - descoordenado e sem grandes jogadores, como tem sido a tônica da equipe vascaína nas últimas décadas.
                      Infelizmente, não foi surpresa a péssima atuação do CRVG. E com plantel de jogadores veteranos, sem grandes craques (talvez com exceção do goleiro, que é reserva da seleção uruguaia), a perspectiva não é boa para o campeonato carioca.  Mais adiante, com tal plantel e técnico, as perspectivas serão ainda piores.  O CRVG continuará a ter passado de glórias, mas dele se afastará sempre mais... Problemas, portanto, na permanência  na Primeira Divisão, o que, para os torcedores é triste, sobretudo se se tiver presente que o presidente Eurico Miranda optou por livrar-se de Jorginho, que sempre, dentro das  possibilidades, e tendo presente a fraqueza do material humano à disposição, se caracterizara pela  qualidade no próprio trabalho. Dêem a Jorginho jogadores de melhor qualidade, e ele deles retirará um grau superior nas respectivas capacidades.  Agora, com Cristóvão Borges, que já passou pelo CRVG, tendo sido afastado por fraco desempenho, é difícil saber o que norteou a sua escolha por Eurico, a que se acresce  o bilhete azul ao competente Jorginho.  São calinadas que logo farão a torcida gritar pela volta do técnico anterior.  Mas com a qualidade do Jorginho, não será fácil encontrá-lo disponível.

                         Será que a ainda grande torcida vascaína não merece coisa melhor?

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