quinta-feira, 12 de janeiro de 2017

Caos ao invés de prontos cuidados?

                      

         O lider da minoria democrata no Senado, Chuck  Schumer, apelou  para os algariados republicanos, ansiosos em pôr na mesa do futuro presidente, Donald Trump, o projeto de lei para arrebentar com a Lei da Reforma de Saúde custeável, odiada pelo GOP por ter sido aprovada por Congresso então de maioria democrata e que, pior ainda, se está rapida-mente implantando junto aos segmentos do Povo americano que dela mais necessitam.

         Nada mais natural de que o sorridente Mitch McConnell - aquele que se colocara como lema partidário fazer de Obama presidente de um só mandato - para coordenar a maneira de evitar que os democratas utilizem o filibuster (processo parlamentar de 'matar' um projeto através de debate interminável, como descrito no filme 'Mr Smith vai para Washington', protagonizado por James Stewart).
          Para contornar esse recurso parlamentar, a maioria republicana recorreu à votação de plano orçamentário - que não admite o filibuster - aprovado por 51x48, e que servirá para tirar os fundos (gut) de custeio) do ACA.

          Movidos pelo ressentimento e o ódio, e não pela razão, o projeto do Senado condiciona o chamado projeto de reconciliação. Tal projeto, além de poder ser empregado para repudiar partes significativas  da Lei Sanitária (em especial, os respectivos fundos), não está sujeito ao filibuster, por envolver a técnica orçamentária do Congresso americano. 

         Vários senadores republicanos dizem que as eleições de 2016 lhes deram mandato para repelir a lei da assistência custeável.  Nesse sentido, os bombásticos comentários de senadores do GOP não têm qualquer parentesco com a verdade: "A ponte do Obamacare está ruindo e nós estamos mandando o pelotão de salvamento", diz o Senador Michael Enzi, republicano de Wyoming, e que preside o Comitê de Orçamento do Senado (os republicanos têm tênue maioria no Senado, maioria essa que deve desaparecer na próxima eleição).

           Assinale-se que o ACA (Lei do Seguro Médico Custeável)  já se inseriu  no sistema de assistência de saúde americano, e desfazê-lo será  um senhor desafio para o GOP, dada a utilidade social deste plano para o Povo americano, em especial aquele com menores recursos. Mas essa gente não vota com o GOP.

              Já quando a matéria passar para a Casa de Representantes - aquela de maioria republicana, por cortesia especial do gerrymander- , por primeira vez as suas determinações terão consequências nefastas para o povo americano, eis que no passado a Câmara dos Deputados apenas aprovava formalmente e no seu nível a tentativa de desfazer  o ACA, e o projeto parava no Senado então de maioria democrata.         

                Alguns senadores republicanos, como Susan Collins, do Maine, julgam preferível  como o deseja o futuro presidente Trump, que o Congresso rejeite a Lei de Assistência Sanitária ao mesmo tempo que adote um plano de substituição.

                 No seu discurso, o líder da minoria, o Senador Chuck Schumer, democrata de New York, apelou aos republicanos  para deterem  a sua tentativa de destruir o ACA.
                  Infelizmente, todos nós sabemos aonde terminam tais apelos.


(  Fonte: The New York Times  )   

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