terça-feira, 3 de janeiro de 2017

Existe sistema prisional no Brasil?

                    

        Massacres como o ocorrido no presídio Anísio Jobim, em Manaus, desafiam a nossa compreensão. Como uma barbárie desse gênero pode ocorrer?

          Há limites ou não para a negligência quanto ao estado desses estabelecimentos?
  
      Não é que sejam ocorrências totalmente fora dos 'padrões' dentro das chamadas guerras entre facções rivais. No Paraná, não faz muito, já houve sacrifícios de presos.

        O maior massacre de todos - Carandiru, em 1992 - como pode ser declarada uma anomalia, se revoltas como esta do presídio Anísio Jobim não são acontecimentos isolados?

          Desta feita, 56 mortos, executados em guerras de bandos, muitos com inaudita crueldade.
     
      Tratam-se tais prisões e tais ocorrências, como se fossem inauditas anomalias, que de repente estouram sem qualquer aviso, e por bárbara roleta decretam a morte de uns tantos infelizes.
   
       Lembram-se do Ministro da Justiça de Dilma, que disse que preferiria morrer a ser preso num dos cárceres - que, diga-se de paso, estavam sob sua responsabilidade?
     
       Na época, até houve quem considerasse corajosa a afirmação. Na verdade, ela apenas refletia uma verdade que persiste, vale dizer, a total indiferença diante da real condição das cadeias no Brasil.
      
       É esta soma de secular e cínica lavagem de mãos - como se o problema não dissesse respeito à autoridade encarregada - que se acha na raiz da repetição de tal selvageria.
      
      Indiferença diante de um problema que julgam fora de controle será a razão principal? Mas será que não existe autoridade  que além de  clamar por socorro e pela conscientização da cidadania,  ao invés de tratar como se fora algo que foge de sua competência, sempre entregue aos cuidados de um futuro que jamais acreditam possa materializar-se?    



  (Fonte:  O Globo )

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