Um mapeamento da
prefeitura em dez comunidades - áreas montanhosas em favelas - identificou 68
locais que carecem de intervenção urgente para que nos próximos temporais, não
venham a repetir-se as tragédias do
início de 2019, quando dezesseis pessoas morreram por força de
alagamentos e deslizamentos de terra.
Com efeito, entre as 115 ações
indispensáveis elencadas em relatório entregue no último dia treze à CPI das
enchentes da Câmara Municipal, estão, além da limpeza de rios e da remoção de
árvores, a feitura de 22 obras.
Dessas, contudo, só sete estariam em
andamento. Inclusive uma delas, no Morro da Babilônia, que consta como "em
execução", na verdade não saíu do papel, de acordo com moradores da
comunidade do Leme.
Por outro lado, a estabilização de
encosta no Morro da Babilônia - onde um deslizamento matou três pessoas em abril último - foi orçada em R$
4,5 milhões. Segundo o relatório, a reconstrução de sistema de drenagem seria
executada num prazo de até 365 dias, em duas etapas - uma emergencial e outra
ainda a ser licitada. Segundo o citado
documento, a intervenção emergencial está em andamento, mas moradores contestam
a informação. Nesse contexto, uma equipe de O Globo esteve a 31 de outubro no
local e não encontrou operários trabalhando.
"Parece que a GEO-Rio
já tem um projeto de contenção de encostas pronto,mas falta dinheiro. Isso é
uma bomba-relógio. As rochas daqui estão em risco. O que pode acontecer na
próxima chuva? - indaga o artista plástico Marqo Rocha, que teve sua casa e seu
ateliê, na rua Roberto Dias Lopes, destruídos pela enxurrada de abril e diz
esperar a realização da obra de contenção para voltar ao endereço com
segurança.
Sem Aluguel Social. Na Rocinha,
onde as imagens de carros sendo levados pelas águas, no início de 2019,
ganharam as redes sociais, tampouco a situação é melhor.Das cinco obras
recomendadas no relatório, três delas, orçadas em R$9,2 milhões ainda aguardam
licitação. As duas que já começaram, ambas para demolir casas em áreas de
risco, têm desagradado moradores. Eles reclamam da falta de transparência sobre
quais imóveis irão ao chão e criticam o atraso no pagamento do aluguel social, de
R$ 400, para quem perdeu a própria casa.
(
Fonte: O Globo )
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