terça-feira, 1 de outubro de 2019

Rio: futuro sombrio para áreas ameaçadas


                   

          Um mapeamento da prefeitura em dez comunidades - áreas montanhosas em favelas - identificou 68 locais que carecem de intervenção urgente para que nos próximos temporais, não venham a repetir-se  as tragédias do início de 2019, quando dezesseis pessoas morreram por força de alagamentos e deslizamentos de terra.

               Com efeito, entre as 115 ações indispensáveis elencadas em relatório entregue no último dia treze à CPI das enchentes da Câmara Municipal, estão, além da limpeza de rios e da remoção de árvores, a feitura de 22 obras. Dessas, contudo, só sete estariam em andamento. Inclusive uma delas, no Morro da Babilônia, que consta como "em execução", na verdade não saíu do papel, de acordo com moradores da comunidade do Leme.
                Por outro lado, a estabilização de encosta no Morro da Babilônia - onde um deslizamento matou três  pessoas em abril último - foi orçada em R$ 4,5 milhões. Segundo o relatório, a reconstrução de sistema de drenagem seria executada num prazo de até 365 dias, em duas etapas - uma emergencial e outra ainda a ser licitada. Segundo  o citado documento, a intervenção emergencial está em andamento, mas moradores contestam a informação. Nesse contexto, uma equipe de O Globo esteve a 31 de outubro no local e não encontrou operários trabalhando.
                    "Parece que a GEO-Rio já tem um projeto de contenção de encostas pronto,mas falta dinheiro. Isso é uma bomba-relógio. As rochas daqui estão em risco. O que pode acontecer na próxima chuva? - indaga o artista plástico Marqo Rocha, que teve sua casa e seu ateliê, na rua Roberto Dias Lopes, destruídos pela enxurrada de abril e diz esperar a realização da obra de contenção para voltar ao endereço com segurança.

Sem Aluguel Social.  Na Rocinha, onde as imagens de carros sendo levados pelas águas, no início de 2019, ganharam as redes sociais, tampouco a situação é melhor.Das cinco obras recomendadas no relatório, três delas, orçadas em R$9,2 milhões ainda aguardam licitação. As duas que já começaram, ambas para demolir casas em áreas de risco, têm desagradado moradores. Eles reclamam da falta de transparência sobre quais imóveis irão ao chão e criticam o atraso no pagamento do aluguel social, de R$ 400, para quem perdeu a própria casa.

( Fonte: O Globo )

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