Não há dúvida que o
novo adiamento do Brexit, forçando o próprio Primeiro Ministro Boris Johnson a
apresentar esse pedido sem a sua firma, para caracterizar que o fazia sob a
coação do Benn Act - que obriga Johnson, sob ameaça de prisão, a pedir novo
adiamento caso o acordo não fosse aprovado ontem, como não o foi. Para tanto,
Johnson se valeu do expediente duvidoso de enviar ao presidente do Conselho
Europeu, Donald Tusk, pedido de adiamento, a que "esqueceu-se" de
firmar, com juntada de outra correspondência, esta sim assinada, em que
explicava a situação - o "Benn Act", que, como intimação não lhe dá
margem de dissenso, dizendo que não queria a prorrogação "que pode
prejudicar os interesses do UK, de seus parceiros na UE e o relacionamento
entre eles", mas se viu forçado a solicitá-la em razão do Benn Act, do qual ele anexou cópia. Tusk confirmou pelo Twitter haver recebido as cartas e que iniciará consultas com os
líderes da UE sobre a decisão a ser tomada.
Carece de notar-se que, para ser
efetivo, o terceiro adiamento precisa ser aprovado de forma unânime pelos
outros 27 membros da U.E.
Quanto à pergunta que
intitula a nota em apreço, há um considerável movimento na opinião pública
inglesa em favor de que se realize um novo referendo. Que isto vá ou não
ocorrer, é algo discutível. Se há grande movimento popular nesse sentido parece indiscutível, mas dadas as resistências existentes - e
o temor enraizado de uma "invasão" vinda do Continente que tenha em
grande parte formado parte do movimento de opinião que levou a mais de um primeiro
ministro - como Tony Blair (que superou o obstáculo) e David Cameron (que foi 'atropelado'
pelo Brexit, pela sua fraqueza em pensar poder conciliar um ulterior referendo
com a sua permanência como Primeiro Ministro).
(
Fonte: O Estado de S. Paulo )
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